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Acordo no Peru não mudará veto a projetos para Odebrecht

Construtora brasileira realizará um pagamento inicial de US$ 9 milhões como compensação por práticas de corrupção no país

Odebrecht: construtora admitiu em dezembro ter pago quase US$ 800 milhões em propinas, incluindo US$ 439 milhões fora do Brasil (Paulo Whitaker/Reuters)

Odebrecht: construtora admitiu em dezembro ter pago quase US$ 800 milhões em propinas, incluindo US$ 439 milhões fora do Brasil (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 20h55.

Lima - O acordo anunciado nesta quinta-feira entre a Odebrecht e promotores do Peru não altera o plano do governo do país de proibir que a construtora participe de licitações em projetos públicos no país, afirmou um porta-voz da procuradoria em Lima.

Segundo o funcionário, qualquer decisão para permitir que a Odebrecht participe desses projetos dependerá do Executivo.

Mais cedo, foi informado que a construtora brasileira realizará um pagamento inicial de US$ 9 milhões como compensação por práticas de corrupção no país. Segundo funcionários peruanos, o montante pode aumentar mais adiante.

Uma porta-voz do escritório do primeiro-ministro peruano não estava disponível para comentar o assunto. Em nota, a Odebrecht confirmou o acordo inicial e reiterou que está comprometida a cooperar com as autoridades.

A Odebrecht admitiu em dezembro ter pago quase US$ 800 milhões em propinas, incluindo US$ 439 milhões fora do Brasil, sobretudo na América Latina. A Odebrecht concordou em pagar entre US$ 2,6 bilhões e US$ 4,5 bilhões em um acordo com autoridades no Brasil, nos Estados Unidos e na Suíça.

Nesta semana, o Equador seguiu os governos do Panamá e do Peru e proibiu a Odebrecht de assinar novos contratos públicos, em meio a investigações de suas supostas práticas corruptas.

O primeiro-ministro peruano, Fernando Zavala, disse na semana passada que o governo está mudando a legislação para impedir companhias envolvidas em corrupção de fechar novos contratos. As mudanças ainda não foram implementadas.

Professor-assistente de Governo da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, Gregory Michener disse que os líderes atuais em países como Panamá, Peru e Argentina têm uma tendência maior a adotar uma linha-dura porque a suposta corrupção ocorreu em administrações de seus adversários.

A Odebrecht admitiu que, entre 2001 e 2016, pagou propinas em vários países: Angola, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, segundo o acordo com autoridades norte-americanas e outras.

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