As ações da Eletropaulo podem ir a leilão em agosto. Serão negociadas ações preferenciais (que têm preferência na distribuição dos dividendos, mas não dão direito a voto). Os papéis da empresa foram utilizados como garantia pela empresa americana AES em empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), cujas parcelas estão em atraso. O prazo está correndo e se não for encaminhado nenhum projeto pela AES, o Banco vai executar as garantias do empréstimo concedido , disse hoje Carlos Lessa, presidente da instituição, em entrevista à Agência Brasil, na sede da Associação Brasileira das Instituições Financeiras de Desenvolvimento, no Rio de Janeiro.

A AES, controladora da Eletropaulo, deve ao BNDES cerca de 1,2 bilhão de dólares. Para Lessa, a empresa pode estar empurrando com a barriga a dívida, apesar de a tática lhe parecer incompreensível. Segundo Lessa, o Banco está cumprindo os prazos definidos em lei e anunciou para agosto a publicação do edital do leilão das ações. O edital será publicado pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Para Lessa, do mesmo modo que o BNDES tem o direito de tomar as medidas cabíveis para receber o que a empresa lhe deve, a AES também pode recorrer à justiça para impedir a realização do pregão. Ontem, Joseph Brandt, chefe da reestruturação da AES, foi recebido por Roberto Timótheo da Costa, diretor financeiro do BNDES, para mais uma rodada de negociação - sem avanços.