Negócios

Aço ficará mais caro em 2020; siderúrgicas sobem na Bolsa

Após implementar, com sucesso, reajustes médios de 10% no início do ano, empresas veem espaço para novos aumentos

Estoques de aço em siderúrgica local (IABr/Divulgação)

Estoques de aço em siderúrgica local (IABr/Divulgação)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 13h06.

Última atualização em 22 de janeiro de 2020 às 15h01.

Após implementar, com sucesso, um aumento médio de preços do aço em torno de 10% no início do ano, as siderúrgicas veem espaço para novos reajustes ao longo de 2020. O próximo deve acontecer em março.

A expectativa positiva impulsionou as ações das siderúrgicas listadas na Bolsa (B3) nesta quarta-feira, 22. Por volta das 12h30, os papéis preferenciais da Usiminas subiam 9,5% e, da CSN, 3,5%.

No setor de aço, o anúncio de um aumento de preços não significa, necessariamente, que os clientes vão comprar o produto mais caro. Em períodos de crise, as negociações acabam saindo com descontos. No ano passado, as siderúrgicas fizeram algumas tentativas frustradas de reajustes diante da morosidade da produção industrial e da construção civil, principais demandantes do setor de aço.

Para 2020, entretanto, a expectativa é mais otimista, principalmente diante dos números positivos do mercado imobiliário e de uma possível retomada da produção industrial.

"As usinas estão falando em novos aumentos de preços. Com a queda da taxa básica de juros [Selic], há um incentivo para investimentos em ativos fixos, o que estimula o consumo de aço", afirma Carlos Loureiro, presidente do Instituto Nacional da Distribuição de Aço (Inda).

O setor da distribuição de aços planos é um termômetro importante, uma vez que atende pequenos  e médios clientes. Os grandes - apenas empresas como montadoras e gigantes de eletrodomésticos - compram diretamente das siderúrgicas. Para este ano, o Inda projeta um aumento das vendas de 5% para os distribuidores. "Apesar do crescimento modesto, estamos otimistas", diz Loureiro.

O dirigente lembra que o dólar valorizado e o aumento de preços no mercado internacional favorecem as usinas do Brasil. Em novembro e dezembro, as importações de aço recuaram 50% em relação à média do ano.

Tipos de aços

A Gerdau foi a primeira siderúrgica a aplicar um aumento de preços no início do ano. O movimento, segundo Loureiro, foi seguido pelas outras siderúrgicas.

Com a expectativa de recuperação da produção industrial, CSN e Usiminas são as principais beneficiadas, pois são fortes no segmento de aços planos, voltados principalmente para automotivo, bens de capital (máquinas e equipamentos) e eletrodomésticos.

No segmento de aços longos, usados na construção civil, a Gerdau e a Arcelor são favorecidas pelo avanço do mercado imobiliário. Nos últimos 12 meses encerrados em novembro, as vendas de imóveis no segmento residencial da capital paulista - maior do país - tiveram aumento de 48%, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi-SP).

O movimento positivo dos papéis da Gerdau na B3 reflete esse crescimento: as ações valorizaram mais de 70% em um ano.

Acompanhe tudo sobre:acoIndústriaSiderúrgicas

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação