Businessman pointing and discussing while male and female colleagues sitting in board room during office meeting (Klaus Vedfelt/Getty Images)
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Publicado em 5 de novembro de 2021 às 09h00.
Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 12h31.
Há pouco menos de uma década, em 2013, a Accenture conduziu uma pesquisa com 1.000 CEOs de 27 setores em 103 países. A partir dela, observou que 80% dos CEOs viam a sustentabilidade como um meio de ganhar vantagens competitivas em relação à concorrência e 81% acreditavam que a reputação de sustentabilidade de sua empresa era importante nas decisões de compra dos consumidores.
Contudo, o mesmo estudo descobriu que apenas 33% dos pesquisados pensavam que a empresa estava fazendo esforços suficientes para resolver desafios de sustentabilidade global. O que justificaria esse desequilíbrio entre reconhecer a importância da sustentabilidade e agir por ela?
“Há uma pressão do mercado financeiro para trazer um retorno no curto prazo, mas essa visão ficou ultrapassada”, afirma Augusto Korps, diretor da Accenture Strategy & Consulting.
Diversos estudos mostram que responsabilidade empresarial e lucratividade não são incompatíveis, mas, na verdade, complementares. Uma análise da Accenture em parceria com a Arabesque mostra que as empresas com classificação ESG mais altas tiveram margens operacionais 4,7 vezes maiores que a concorrência no período entre 2013 e 2019. Elas também pagaram os acionistas 2,3 vezes melhor.
Ao mudar o foco do stockholder (acionista) para o stakeholder (seja qual for a parte interessada), pautas ambientais, sociais e de governança corporativa entraram na agenda do conselho administrativo.
Além de aprovar o plano estratégico e orientar investimentos, é seu papel garantir a transparência e a credibilidade, prestando contas e mitigando riscos do negócio.
Consumidores, fornecedores e colaboradores estão cada vez mais atentos e interessados em saber como as marcas se responsabilizam pelo uso dos recursos, pelas pessoas que trabalham em sua cadeia produtiva e como se posicionam, no RH e na publicidade, em respeito à diversidade.
A pandemia colocou ainda uma nova camada de responsabilidade a ser considerada, em relação à segurança e à saúde mental de seus stakeholders.
A boa notícia é que há muitas oportunidades escondidas nesta agenda tão complexa. Podem-se descobrir novas receitas, tornar-se porta-voz de movimentos e causas importantes e ganhar eficiência produtiva.
As empresas que têm as melhores práticas sustentáveis têm se mostrado mais resilientes para enfrentar as crises – e na pandemia enfrentaram menor volatilidade no mercado financeiro. “Por isso, é preciso que o board tenha uma visão crítica, orientada a trazer resultados e práticas sustentáveis”, diz Korps, da Accenture.