Negócios

Abril Educação focará em integrar negócios, diz presidente

Em entrevista para EXAME.com, Manoel Amorim explica como nova estrutura irá capturar sinergias entre escolas, materiais e serviços

Sala de aula: com nova estrutura, Abril Educação pretende oferecer soluções integradas para escolas (Wikimedia Commons)

Sala de aula: com nova estrutura, Abril Educação pretende oferecer soluções integradas para escolas (Wikimedia Commons)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 17h28.

São Paulo – A Abril Educação já passou por algumas metamorfoses desde que surgiu em 2007 como parte do Grupo Abril, ao qual EXAME.com pertence. Em 2010, uma reorganização societária liberou a empresa para atuar de forma independente, e a partir daí, ela começou a adquirir negócios como colégios e escolas de idiomas. Na semana passada, Giancarlo Civita foi eleito como presidente do Conselho de Administração da companhia.

Hoje, a empresa anunciou uma mudança profunda na sua estrutura, o que inclui uma nova Vice-Presidência de Produtos e Serviços Pedagógicos. Ela estará sob comando de Mario Ghio Junior e deve englobar as unidades de sistemas de ensino, editoras e produtos complementares, mantendo o foco no cliente e não exclusivamente no produto. A ideia é que os negócios adquiridos pela empresa se complementem ao invés de competir entre si.

O diretor-presidente e novo vice-presidente do Conselho de Administração da Abril Educação, Manoel Amorim, conversou com EXAME.com sobre os objetivos da empresa com essas mudanças. Veja a entrevista:

EXAME.com - O que a Abril Educação pretende com essa reforma na estrutura?

Manoel Amorim - Desde 2010, nós fizemos uma opção muito clara por diversificar nosso portfólio com aquisições para poder entrar em mercados em que não estávamos presentes. Passamos de uma editora de livros para uma empresa três vezes maior com várias linhas de negócios distintas.

Com nossas aquisições, priorizamos três focos: reter talentos, reter clientes e crescer os negócios que compramos. Tivemos muito sucesso, mas ainda não integramos essas empresas. Um exemplo: nossos negócios de sistemas de ensino e de material didático continuavam a operar de forma muito independente.

EXAME.com - Qual é o passo seguinte e como isso vai mudar? 

Amorim - Agora que a empresa já estabeleceu presença em todos os segmentos, queremos capturar as sinergias, integrar melhor esses diversos negócios e levar uma cara única para o mercado com soluções mais completas. Nossa nova Vice-Presidência de Produtos e Serviços Pedagógicos quer ser uma interface única com as escolas, o que é melhor tanto para nós quanto para eles.

EXAME.com - Como as compras do Sigma, Wise Up e Colégio Motivo, entre outras, se enquadram nessa estratégia?

Amorim - Sigma e Motivo, por exemplo, estavam dispersas e agora estarão sob comando de João Lacerda na nova Unidade de Escolas e Cursos Preparatórios. Ela vai permitir uma gestão única e transferir melhores práticas acadêmicas e de gestão escolar de uma escola para a outra.

Criamos também a Unidade de Ensino de Idiomas. Wise Up e Red Balloon terão mais oportunidades de sinergia, porque uma empresa não compete com a outra: elas podem, por exemplo, ter o mesmo franqueado. Essa unidade nova pode criar esse tipo de cooperação.


EXAME.com - A Abril Educação pretende fazer novas aquisições?

Amorim - Nós estamos olhando para alguns novos negócios, mas nosso foco agora está em integrar os que já compramos e acelerar o crescimento orgânico deles ao invés de fazer novas aquisições.

EXAME.com - Qual é o impacto interno da reestruturação para a empresa? 

Amorim - O atual Diretor Geral de Sistemas de Ensino Mario Ghio Junior, por exemplo, deixa o curso preparatório Anglo e a parte de operação e logística e passa a comandar a Vice-Presidência de Produtos e Serviços Pedagógicos. Com isso, está absorvendo a responsabilidade comercial e editorial das editoras de livros didáticos, o que ele precisa ter pra chegar nas escolas com soluções.

A Vera Balhestero, que era Diretora Geral das editoras Ática e Scipione, deixa de ser responsável pela venda e edição dos livros e passa a cuidar da Vice-Presidência de Operações, Serviços e Integração. As outras pessoas continuam mais ou menos com as mesmas responsabilidades, mas em novas estruturas de comando.

EXAME.com - Isso também muda o seu papel? 

Amorim - Sim. Terei cinco pessoas que se reportam diretamente a mim ao invés de 11. Com isso, fico com mais tempo pessoal para cuidar de questões que não estava podendo dar tanta atenção, como a relação com mercado e a integração entre os negócios.

EXAME.com - Em quanto tempo espera que o novo arranjo esteja efetivo?

Amorim - A transição será feita ao longo desse semestre, mas algumas coisas importantes continuarão a ser realizadas pelos responsáveis atuais. A campanha atual de Sistemas de Ensino continua com o Mario Ghio, e a campanha do PNLD (Plano Nacional do Livro Didático) vai continuar sendo tocada pela Vera até o processo ser concluído. Na medida em que os projetos grandes de cada um forem sendo concluídos ao longo desse ano, as pessoas serão liberadas para suas novas responsabilidades. 

Acompanhe tudo sobre:AbrilEducaçãoEducação no BrasilEmpresasSetor de educaçãoSomos Educação

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios