Negócios

Abilio pode entrar com liminar para ficar no Pão de Açúcar

Segundo Valor Econômico, empresário poderia entrar com processo no Tribunal de Justiça de São Paulo para ter seus direitos respeitados no grupo


	Jean-Charles Naouri, CEO do Casino, e  Abilio Diniz: guerra entre os dois parece não ter fim
 (Montagem/EXAME.com)

Jean-Charles Naouri, CEO do Casino, e  Abilio Diniz: guerra entre os dois parece não ter fim (Montagem/EXAME.com)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 14h07.

São Paulo - Abilio Diniz quer fazer valer os seus direitos no Pão de Açúcar e, por isso, pode entrar com uma liminar no Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio da câmera empresarial, e já enviou ao sócio Casino uma notificação, na qual afirma que vai reagir caso o  grupo francês insista na hipótese de ele ter que renunciar ao cargo de presidente do conselho se for para a BRF. As informações são do Valor Econômico, desta terça-feira.

De acordo com a reportagem, a notificação enviada a Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, afirma que o sócio, ao tentar tirá-lo de cena, tem um "mal-dissimulado objetivo", pois quer o controle absoluto do Pão de Açúcar.  O grupo francês alega, no entanto, que Abilio não pode ocupar as duas presidências (do GPA e da BRF) ao mesmo tempo, pois pode haver conflitos de interesses, já que as companhias são parceiras comerciais.

Na semana passada, a Abilio foi indicado para assumir o conselho da BRF e está marcada para abril uma assembleia geral de acionistas para decidir se o empresário assumirá ou não a função.

Dia antes da indicação, o Casino já havia entrado com pedido de renúncia de Abilio do conselho do Pão de Açúcar, durante assembleia extraordinária de acionistas,  a rede francesa argumentou que o comportamento do empresário "tem sido o de criar turbulência, ignorando o interesse da companhia".

Abilio, por sua vez, se defende  afirmando que o acordo de acionistas prevê que ele tem o direito vitalício ao cargo de presidente do conselho de administração. "Trata-se do reconhecimento de que tenho muito a contribuir para o grupo, enquanto tiver saúde e disposição para o trabalho”, afirmou o empresário, na ocasião.

Notificação

Por meio de sua assessoria de imprensa, Abilio confirmou que notificou o Casino na última segunda-feira para que se abstenha de praticar ações que violem o acordo de acionista, procurando restringir seu exercício do cargo de presidente do conselho do Pão de Açúcar. Segundo o acordo de acionistas de Wilkes, Abilio Diniz permanecerá na presidência do conselho enquanto tiver saúde.

Ainda segundo o comunicado, os constantes pedidos do Casino para que Abilio renuncie ao cargo são tentativas de tumultuar a rotina do grupo, indo contra os interesses do grupo e desrespeitando o acordo de acionistas e a lei brasileira, o que caracteriza abuso de seu poder como controlador.

"A eventual eleição de Abilio pelos acionistas da BRF para o cargo de presidente do conselho da referida companhia, não trará nenhum impacto para a varejista, pois não há qualquer impedimento legal ou ético ao exercício de ambos os cargos. O Casino age de forma oportunista, sem qualquer fundamento e visando seu interesse pessoal, ao alegar que Abilio não poderia permanecer no GPA, se eleito para o referido cargo", disse a nota.

*Matéria atualizada às 9h30

Acompanhe tudo sobre:Abilio DinizAlimentaçãoAlimentos processadosBilionários brasileirosBRFCarnes e derivadosCasinoComércioEmpresáriosEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas francesasPão de AçúcarPersonalidadesSadiaSupermercadosVarejo

Mais de Negócios

Ele viu o escritório afundar nas enchentes do RS. Mas aposta em IA para sair dessa — e crescer

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica