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Abilio levará US$ 10 mi por 2,4% da holding do Pão de Açúcar

Empresário brasileiro optou por vender fatia da Wilkes para sócio francês - que passa a deter 52,4% de participação na holding

Abilio Diniz: empresário encerra acordo com Casino por US$ 10,5 milhões (Germano Lüders/EXAME)

Abilio Diniz: empresário encerra acordo com Casino por US$ 10,5 milhões (Germano Lüders/EXAME)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 18h44.

São Paulo – Abilio Diniz tinha duas opções para passar o controle do grupo Pão de Açúcar ao Casino: a primeira era a de vender 2,4% de participação da Wilkes – holding que controla o grupo – e a segunda era a de entregar uma ação simbólica pelo valor de 1 real ao sócio francês. Nesta segunda-feira o empresário brasileiro anunciou que optou pela  primeira alternativa.

Segundo comunicado divulgado à imprensa, Abilio passará definitivamente o controle do Pão de Açúcar ao Casino por 10,5 milhões de dólares. Com a operação, o grupo francês elevará sua participação acionária na Wilkes para 52,4% e Abilio ficará com 47,6%.

Cabe ao Casino adquirir as ações. “Abilio tem o direito de vendê-las e o grupo francês tem a obrigação de comprá-las”, afirmou o comunicado. No mercado financeiro, esse mecanismo é chamado de put - uma operação de opções de ações em que uma parte tem a obrigação de comprar os papéis, caso o vendedor queira se desfazer deles.

A varejista francesa terá de efetuar o pagamento em dois dias, a partir da data de transferência das ações, marcada para acontecer no dia 22 de agosto.

Porta aberta

Se não optasse por vender a fatia de 2,4% neste ano, Abilio perderia o direito de exercer a venda de um segundo e maior lote de ações daqui a dois anos. Trata-se de um lote de 19,4 milhões de ações ordinárias, cujo direito de venda pode ser exercido por Abilio em até oito anos, a contar de junho de 2014.

Segundo fontes a par da negociação entre o Casino e o Pão de Açúcar, na prática, Abilio deixou a porta aberta para sair do grupo a partir de 2014, caso as conversas com o sócio francês não cheguem a uma solução que antecipe sua saída. A venda da fatia de 2,4% da Wilkes, anunciada hoje, não encerra as negociações. Abilio teria aceitado avaliar todas as possibilidades: deixar o grupo com dinheiro ou com ativos.

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