Abilio Diniz, controlador do Pão de Açúcar, fala em curso da FGV-SP, em agosto de 2011
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 22h00.
São Paulo - O conselho de administração da BrasilFoods oficializou hoje a candidatura de Abilio Diniz para a presidência. Foi aprovada uma chapa única para eleição na próxima assembleia geral de acionistas em abril, num acordo liderado pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e pela gestora Tarpon. Em nota, Abilio disse que se sentiu honrado com a indicação e agradeceu aos acionistas pela confiança.
A chapa foi aprovada com dois votos contrários à candidatura de Diniz, o do presidente da Petros, Luis Carlos Fernandes Afonso, e o de Décio da Silva, presidente do conselho da Weg. O nome de Décio havia sido proposto pela Petros como uma alternativa a Diniz para substituir Nildemar Secches no conselho da BRF.
Uma surpresa foi a indicação do ex-presidente da Previ e da Brasilprev, Sérgio Rosa, como candidato a vice-presidente do conselho, representando a Previ. A Petros divulgou uma nota à imprensa criticando a indicação de Diniz, afirmando que a decisão sobre a presidência do colegiado não precisaria ter sido feita hoje — a empresa teria até 9 de março para completar a chapa.
"Essa definição precisa ser amadurecida, considerando fatos que ainda necessitam ser melhor compreendidos, sobretudo aqueles que envolvem potenciais conflitos de interesse", diz o texto. É uma clara referência ao fato de Diniz também presidir o conselho do Pão de Açúcar. O Casino, sócio majoritário de Diniz na rede varejista, também protesta contra a indicação e faz pressão por seu afastamento.
O número de conselheiros da BRF aumentou de dez para onze. Foi uma exigência da Petros, que reclamava de ter apenas uma vaga no conselho com participação acionária de 11%. A Previ, que é a maior acionista, com 12%, tem dois conselheiros, e a Tarpon, com 8%, também tem duas vagas. Agora, além do presidente Afonso, o diretor de investimentos da Petros, Carlos Costa, será conselheiro na BRF. A chapa foi eleita por unaminidade; os dois votos foram contrários apenas ao nome de Diniz para a presidência.