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Abílio Diniz contatou Carrefour, diz WSJ

Em junho de 2012, a Casino pode exercer uma opção que lhe daria o controle da Companhia Brasileira de Distribuição

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2011 às 12h44.

São Paulo - Na última semana especulou-se a existência de negociações entre o Pão de Açúcar e o Carrefour, no Brasil. Qualquer acordo entre as duas redes seria um pouco controverso para um dos controladores da Companhia Brasileira de Distribuição, o Casino, concorrente do Carrefour na França. Apesar da CBD já ter negado a negociação, acredita-se que Abílio Diniz venha negociando independentemente da Companhia. As informações são do jornal Wall Street Journal.

Após a reportagem da semana passada do francês Le Journal de Dimanche, o Casino procurou o empresário, que respondeu que a Estater (consultoria do grupo) sempre está procurando oportunidades no setor de varejo e entrou em contato com o Carrefour sobre isso, mas não obteve nenhum progresso. Na resposta, Abílio afirmou que respeita o acordo com o Casino.

A Casino controla a CBD junto com o grupo de Abílio através da Wilkes. Em junho de 2012, a Casino pode exercer uma opção, estabelecida em acordo de 2005, que lhe daria o controle da Wilkes e, consequentemente, o controle da CBD. As especulações de negociações entre CBD e Carrefour irritam os executivos do Casino, que dizem que essa movimentação, caso bem sucedida, violaria o pacto e indicaria um desejo do empresário de fechar um melhor negócio para si mesmo.

Fontes também disseram ao WSJ que Abílio procurou o Carrefour não para violar o pacto com o Casino mas para prevenir-se de possíveis negociações entre o Walmart e a operação brasileira do Carrefour. As discussões ainda são muito preliminares, disse uma fonte ao jornal.

Uma aliança com a CBD fortificaria a posição do Carrefour no Brasil enquanto ele tenta ajustar seus negócios na França. A operação brasileira do Carrefour é avaliada entre 5 bilhões de euros e 7 bilhões de euros e soma 500 lojas. O Pão de Açúcar possui mais de 1.300 lojas.

A fusão das operações entre Carrefour e o CBD também poderia aumentar as acusações de concentração de mercado – a entidade resultante controlaria cerca de 30% do mercado. A empresa afirma que não está envolvida em negociações com o Carrefour. O Casino e o Carrefour também não comentam o assunto.
 

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