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Abilio chega a acordo com Casino e deixará Pão de Açúcar

A informação foi antecipada pelo blog Primeiro Lugar, de EXAME.com


	Abilio Diniz: acerto envolve a troca das ações ordinárias que Abilio tem na Wilkes por papéis preferenciais detidos pelo Casino
 (Edu Lopes/Veja)

Abilio Diniz: acerto envolve a troca das ações ordinárias que Abilio tem na Wilkes por papéis preferenciais detidos pelo Casino (Edu Lopes/Veja)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 18h28.

São Paulo - O empresário Abilio Diniz chegou a um acordo com o francês Casino e deixará a presidência do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, informou à Reuters uma fonte a par do assunto nesta sexta-feira.

O acerto envolve a troca das ações ordinárias (com voto) que Abilio tem na Wilkes, holding de controle do Pão de Açúcar, por papéis preferenciais --sem direito a voto-- detidos pelo Casino, na razão de 1 para 1, melhor para o empresário do que a proporção de 0,91 estabelecida no acordo de acionistas, acrescentou a fonte.

As duas partes também encerrarão todos os litígios que têm entre si.

"Abilio abre mão de todos os direitos políticos que têm no Pão de Açúcar, sai do Conselho e, ao mesmo tempo, garante liquidez com ações preferenciais", disse a fonte, que pediu anonimato.

Procurado, o Pão de Açúcar não retornou imediatamente os pedidos da Reuters por comentários a respeito do assunto.

A assessoria de imprensa da Península, holding que cuida do patrimônio de Abilio, informou que o empresário fará um pronunciamento em São Paulo, sem revelar qual seria o tema.

A saída de Abilio da presidência do Conselho do Pão de Açúcar, fundado por seu pai em 1948, põe fim a uma conturbada relação do empresário com o Casino.

Os conflitos começaram em meados de 2011, quando Abilio tentou unir as operações do Carrefour no Brasil ao Pão de Açúcar. O grupo francês acusou o empresário de tentar minar o acordo de acionistas na holding Wilkes.

No meio de 2012, Abilio transferiu o controle do Pão de Açúcar ao Casino, como previa o acordo de acionistas firmado anos antes com o grupo francês, permanecendo como presidente do Conselho da varejista.

As desavenças entre as duas partes se agravaram neste ano, quando o empresário foi eleito para ser o chairman da BRF, uma das maiores companhias de alimentos do Brasil e que tem o Pão de Açúcar como seu principal distribuidor de produtos no mercado interno.

O Casino via conflito de interesse no acúmulo da função de chairman por Abilio no Pão de Açúcar e na BRF e insistia para que o empresário renunciasse ao cargo na rede de supermercados.

Depois de transferir o controle do Pão de Açúcar ao Casino, Abilio reduziu de forma significativa sua participação no capital da varejista brasileira. Foram três leilões de venda de ações preferenciais da companhia em seu portfólio desde o fim de 2012, com os quais o empresário embolsou mais de 2,5 bilhões de reais e diminuiu sua fatia nos papéis dessa classe para pouco mais de 5 por cento do total.

O futuro chairman do Pão de Açúcar precisará ser escolhido, mas um candidato natural para assumir o posto é Ronaldo Iabrudi, diretor e representante do grupo varejista francês no Brasil.

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