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AB InBev inclui Citi e BAML em equipe para IPO de US$5 bi na Ásia

Segundo fontes da Reuters, Bancos se se juntam ao Morgan Stanley e ao JPMorgan para a planejada oferta pública inicial de ações de Hong Kong

AB InBev: fabricante de cerveja tem como objetivo desmembrar seus negócios na Ásia-Pacífico para reduzir a alavancagem (Yves Herman/Reuters)

AB InBev: fabricante de cerveja tem como objetivo desmembrar seus negócios na Ásia-Pacífico para reduzir a alavancagem (Yves Herman/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de abril de 2019 às 10h01.

Hong Kong — A Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo, incluiu o Citigroup e o Bank of America Merrill Lynch na equipe de bancos que trabalham na venda de seus negócios na Ásia-Pacífico, afirmaram à Reuters três fontes com conhecimento direto do assunto.

Os dois se juntam ao Morgan Stanley e ao JPMorgan, ambos patrocinadores, ou líderes, para a planejada oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de Hong Kong, que poderia levantar até 5 bilhões de dólares para a cervejaria, afirmaram as fontes.

Tendo China e Austrália como principais mercados, a região representou no ano passado 18 por cento do volume do grupo e 14 por cento do lucro operacional subjacente, que subiu 13 por cento, para 3,1 bilhões de dólares. Não ficou claro quanto do negócio estaria à venda.

A AB InBev não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Citi e Bank of America Merrill Lynch se recusaram a comentar.

A fabricante de Budweiser, Corona e Stella Artois, com sede em Leuven, na Bélgica, tem como objetivo desmembrar seus negócios na Ásia-Pacífico para reduzir a alavancagem, disseram as fontes.

A dívida líquida da AB InBev ficou em 102,5 bilhões de dólares no final de dezembro, um número inflacionado pela compra da SABMiller, por cerca de 100 bilhões de dólares. A AB InBev quer trazer sua relação dívida líquida/Ebitda para cerca de duas vezes, de um múltiplo de 4,6 no final do ano passado.

Embora as ações da AB InBev tenham subido 19 por cento desde que divulgou os resultados da previsão de receita em fevereiro, a cervejaria está lutando para reverter um declínio no preço das ações. Nos últimos dois anos, suas ações caíram 24 por cento, em contraste com as rivais Heineken e Carlsberg, que subiram 15 e 28 por cento, respectivamente.

O IPO não seria a primeira vez que a AB InBev vende ativos da Ásia-Pacífico para reduzir a dívida. Depois que a InBev comprou a Anheuser-Busch em 2008, a AB InBev vendeu a unidade sul-coreana Oriental Brewery para a empresa de private equity KKR - apenas para recomprá-la em 2014.

O IPO está previsto para o segundo semestre do ano e a cervejaria espera pedir o registro na bolsa de valores de Hong Kong no primeiro semestre, disseram as fontes. Uma das fontes disse que o arquivamento aconteceria no final deste mês ou no início de maio.

Com 5 bilhões de dólares, o IPO pode ser o maior em Hong Kong este ano.

As empresas levantaram 2,9 bilhões de dólares por meio de listagens de Hong Kong até agora neste ano, abaixo dos 6,4 bilhões de dólares levantados na Nasdaq de Nova York, mostraram dados da Refinitiv até sexta-feira.

Hong Kong superou todas as outras bolsas globalmente no ano passado, com as listagens do mercado de ações movimentando 36,3 bilhões de dólares. Espera-se, no entanto, que este ano seja mais lento devido à diminuição do número de empresas chinesas que querem ser listadas, particularmente em tecnologia.

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