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A Veloe já fatura mais de R$ 5 bilhões por ano — e boa parte não é com pedágio nem estacionamento

Braço de gestão de frete e de frota da companhia já representa 70% da receita

André Turquetto, diretor-geral da Veloe: "Eu quero ser a maior, eu quero ser a empresa mais relevante para as pessoas" (Veloe/Divulgação)

André Turquetto, diretor-geral da Veloe: "Eu quero ser a maior, eu quero ser a empresa mais relevante para as pessoas" (Veloe/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 2 de abril de 2024 às 16h48.

Última atualização em 3 de abril de 2024 às 16h37.

Para o grande público, a Veloe é conhecida por seus serviços de mobilidade, principalmente de tags de pedágio e estacionamento. A empresa é uma das líderes do setor, junto de concorrentes como Sem Parar e ConectCar.

A maior parte do faturamento da companhia, porém, já não vem mais desse segmento. A aposta de crescimento da Veloe, que faturou R$ 5,4 bilhões em 2023, está na gestão de frotas e fretes. A marca consolidou estes serviços ao longo do último ano dentro da marca Veloe Go, que representou, sozinha, 70% da receita de toda a companhia.

"O Brasil é movido a caminhão, a diesel e a asfalto”, diz André Turquetto, diretor-geral da Veloe, em entrevista exclusiva à EXAME. “E o transporte de mercadorias, o transporte rodoviário de cargas, é o coração desse sistema".

Pela Veloe Go, empresas de fretes ou que comandam frotas podem fazer a gestão desses veículos. Numa única plataforma, essas companhias conseguem ter controle de abastecimento, desenho de rotas, soluções de telemetria e parcerias com companhias parceiras, por exemplo. É um sistema parecido com o cartão de alimentação, mas para frotas.

"Estamos com o pé no acelerador", afirma Turquetto. "A Veloe não é apenas uma empresa de tag. Somos um negócio de mobilidade e, mais do que isso, um negócio de acesso".

A aposta em fretes e frotas mapeia um mercado potencial de R$ 370 bilhões no Brasil, segundo o executivo. 

A expectativa, porém, é seguir crescendo num ritmo de 40% a 50% do ano. Outra aposta, além dos fretes, é no free flow, uma nova modalidade de pedágio que deve impulsionar as tags.

A história e a estrutura da Veloe

A Veloe nasceu em 2018, fruto de uma parceria entre o Banco do Brasil e o Bradesco. A empresa está dentro do guarda-chuva da Alelo, de benefícios corporativos.  

O seu crescimento nos últimos anos foi muito apoiado por uma estratégia de vender sua tecnologia como uma white label para empresas parceiras. Assim, bancos podem oferecer tag de pedágios com suas próprias marcas, mas por trás do sistema, está a plataforma da Veloe. Isso acontece, por exemplo, com a tag do BTG (do mesmo grupo controlador da EXAME). 

Hoje, a empresa está em todos os pedágios e em 2,3 mil estabelecimentos comerciais no país. Na parte de clientes, são 2,5 milhões de veículos com a tag. Na rota do crescimento, teve muito investimento, também, em tecnologia. 

“Com ações como utilização de IA para otimizar o atendimento de clientes, possibilidade de agendamento de ecolavagem do veículo, criação de um consultor de IPVA, que permite a consulta dos valores do imposto de forma simples e rápida, além da opção de solicitar o parcelamento de débitos veiculares, a companhia aumentou em 20% o seu faturamento”, afirma o executivo. 

No ano passado, ainda, transformou a Alelo Frota em Veloe Go, e incorporou também o braço de gestão de frotas e fretes. Atualmente, são 30 mil cartões emitidos nesta categoria.

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As apostas da Veloe para o futuro

A toada de crescimento deve seguir nos próximos anos, segundo Turquetto. A expectativa do empresário é que a Veloe siga crescendo numa média de 40% a 50% ao ano. O objetivo é fortalecer ainda mais o braço de fretes, mas também ganhar musculatura com a área de mobilidade. 

Nessa seara, uma das principais apostas é no novo sistema de pedágio que começa a ser instalado em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul. Trata-se do Free Flow, onde câmeras instaladas em estruturas metálicas identificam a placa do carro e fazem a cobrança da passagem, sem necessitar de uma praça de pedágio. 

Depois, o pagamento é feito pela internet ou por postos específicos para isso. Aí, quem tem tag tem uma vantagem: a cobrança acontece por ali mesmo, sem precisar se preocupar em pagar depois. Logo, surge um novo potencial mercado para empresas de tag, como a Veloe.

“E queremos estar à frente disso”, diz Turquetto. “Vamos brigar por termos uma vantagem mais interessante para quem tem tag, mas também vamos pensar em quem não a tiver”.

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“Para quem não tem a tag, vai ter de realizar o chamado auto-pagamento, que é um complicador, porque, em tese, cada concessionária teria o seu modelo”, afirma. “Queremos, então, ser um intermediador que facilitará o pagamento numa única plataforma”. 

A expectativa é de que o sistema free flow também seja incorporado nas novas concessões de rodovias, com estimativas apontando para a assinatura de cerca de 30 contratos até 2026.

No braço de frotas, novas parcerias com empresas devem aumentar o número de clientes e, respectivamente, de receita. Para iniciar o ano, por exemplo, a Veloe Go fechou parceria exclusiva com a Vibra, para a criação do Frota+, marca que oferece para empresas que possuem frotas corporativas um cartão exclusivo para abastecimento nos postos BR com valores especiais.

“Temos planos ambiciosos e agressivos, estamos tendo um crescimento médio de entre 45% e 50% ao ano nos próximos cinco anos”, afirma. “Então a Veloe pode ser a empresa líder nesse negócio. Eu quero ser a maior, eu quero ser a empresa mais relevante para as pessoas e para as empresas que usam os nossos serviços porque eu acho que relevância é o nome do jogo”. 

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