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A Samsung diz como quer virar líder em geladeiras no Brasil

Vice-presidente da Samsung explica como a coreana quer desbancar gigantes do setor, como a Whirpool, dona da Brastemp e da Consul

EXAME.com (EXAME.com)

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Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 4 de outubro de 2011 às 18h08.

São Paulo – Há anos, o mercado brasileiro de linha branca é dominado por gigantes do setor como a americana Whirpool, dona das marcas Brastemp e Consul. Agora, a coreana Samsung resolveu voltar sua artilharia para esse mercado, e quer nada menos do que a liderança no Brasil.

Depois de uma fase de testes que durou um ano, com a venda de condicionadores de ar, refrigeradores, lavadoras e secadoras, a empresa vai transformar a linha branca em sua maior aposta nos próximos anos.

Em entrevista a EXAME.com, José Fuentes, vice-presidente da companhia, detalha como a Samsung quer se tornar líder no segmento de linha branca e duplicar o faturamento. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista:

EXAME.com: Por que a Samsung vai investir em linha branca no Brasil somente agora?

José Fuentes: No Brasil, já somos líderes no segmento de linha marrom, com mais de 35% de mercado, e não temos mais como crescer neste setor. Vimos no segmento de linha branca a oportunidade de ganhar mais mercado. Nossa ideia é chegar a um faturamento de 10 bilhões de dólares com este novo braço em três anos. Isso significa dobrar a receita da Samsung no país.

EXAME.com: Com o foco em linha branca, outros segmentos, como eletroeletrônicos e celulares, serão deixados de lado?

Fuentes: Não. Os demais ramos de atuação da Samsung continuarão com os investimentos já previstos. Mas, neste momento, a linha branca terá mais destaque.

EXAME.com: Qual será a importância da fábrica de Limeira?

Fuentes: Ela será a primeira da Samsung de linha branca na América Latina, e a sétima maior da empresa neste segmento. A partir do primeiro semestre de 2013, ela entra em operação. Por enquanto, vamos continuar importando aos produtos, com exceção dos condicionadores de ar que já são produzidos no país.


EXAME.com: Isso significa que vocês vão exportar para países vizinhos ao Brasil?

Fuentes: É algo a se pensar. Mas, neste primeiro momento, o foco será para atender o mercado interno.

EXAME.com: Além de refrigerador, condicionadores de ar, secadoras e lavadoras, vocês planejam produzir outros produtos no país?

Fuentes: Sim. A ideia é ter uma linha completa de produtos. Ainda não posso dar detalhes de quais serão eles. Mas a unidade de Limeira será um complexo industrial completo da Samsung.

EXAME.com: Qual o peso do Brasil nos negócios globais da Samsung?

Fuentes: Em 2010, a Samsung faturou 131 bilhões de dólares. O Brasil, 5,1 bilhões de dólares. Com a ampliação do portfólio, as operações da Samsung no país começarão a ter mais peso daqui para frente.

EXAME.com: A ideia de vocês é ser líder no segmento de linha branca, mesmo com concorrentes de peso. Como driblá-los?

Fuentes: Temos consciência de que existem marcas muito fortes no segmento de linha branca no país. Respeitamos nossos concorrentes, mas com tecnologia e inovação, queremos chegar à liderança. Conseguimos isso no mercado americano, onde os consumidores são muito exigentes e têm inúmeras marcas à disposição. Não será diferente por aqui.

EXAME.com: Essa estratégia de diversificação vem sendo adotada em outros mercados?

Fuentes: Já somos líderes em alguns mercados no segmento de linha branca e temos experiências muito positivas. Nos Estados Unidos, por exemplo, mesmo com uma infinidade de concorrentes, estamos há dez anos e já conquistamos a liderança no segmento de refrigeradores.

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