Protesto contra o Facebook: rede social enfrentou um 2018 bastante ruim para sua imagem
EXAME Hoje
Publicado em 25 de julho de 2018 às 06h45.
Última atualização em 25 de julho de 2018 às 09h43.
Quem olha para as finanças da rede social Facebook mal pode imaginar que a empresa passou pelo que passou este ano. O Facebook foi envolvido num escândalo de mal uso de dados pela companhia inglesa Cambridge Analytica, que interferiu a favor dos republicanos nas eleições americanas de 2016. O presidente Mark Zuckerberg foi chamado a depor em comissões legislativas nos Estados Unidos e na Europa, teve seu tête-à-tête pessoal com o presidente francês Emmanuel Macron e foi até enquadrado na capa da revista Wired como alguém que tinha acabado de tomar uma surra.
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Hoje, quando a empresa apresentar seus resultados do segundo trimestre, a surra deve passar longe. É esperado que o Facebook tenha um faturamento de 13,3 bilhões de dólares, 43% maior do que há um ano, com um lucro de 1,71 dólar por ação, alta de 30%.
À parte com os imbróglios políticos do Facebook, analistas devem estar atentos ao engajamento de usuários na plataforma — uma preocupação que ronda os balanços muito antes da Cambridge Analytica. A companhia deve anunciar 2,25 bilhões de usuários mensais e 1,5 bilhão usuários ativos diários, uma alta de cerca de 12% em ambos os números em relação ao ano passado, mas sinais sobre tempo de uso estarão no radar.
As companhias que o Facebook comprou também devem começar a chamar a atenção. Descolado dos escândalos políticos, a rede de fotos e vídeos Instagram atingiu a marca de 1 bilhão de usuários mensais durante este trimestre e lançou uma plataforma de vídeos de até 1h de duração, além de disponibilizar mecanismos de venda de produtos direto na plataforma. O Facebook não discrimina qual o percentual de faturamento corresponde ao Instagram, mas analistas estimam que a rede pode ter receita de até 16 bilhões de dólares este ano.
Zuckerberg deve continuar dizendo o que precisa dizer: para os legisladores, a empresa irá investir em compliance e mecanismos de segurança de informação e de dados; para investidores, crescimento no número de usuários e no faturamento. Enquanto isso o Facebook segue à prova de balas: as ações subiram 21,65% este ano.