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A nova rota da Turbi: startup de locação fatura R$ 270 milhões e aumenta frota própria

Empresa de aluguel de carros que compete com Localiza, Movida e Unidas prioriza modelo 100% digital, sem necessidade de contato físico

Ana Mantovani e Mario Liao, novos diretores da Turbi: empresa emitiu R$ 106 milhões em debêntures para começar a compra de seus próprios veículos em 2022

Ana Mantovani e Mario Liao, novos diretores da Turbi: empresa emitiu R$ 106 milhões em debêntures para começar a compra de seus próprios veículos em 2022

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 6 de maio de 2025 às 11h25.

Alugar é o novo comprar. Para empresas de locação de veículos como Localiza, Movida e Unidas, o mercado está cheio de oportunidades, mas também de desafios. A digitalização, especialmente, tem sido o motor dessa transformação, e empresas como a Turbi estão se destacando ao priorizar o digital e minimizar o contato físico.

O modelo digital ainda é exclusivo para a Grande São Paulo, mas trouxe resultados financeiros sólidos. Em 2024, a Turbi registrou R$ 271 milhões em faturamento, um crescimento de 33% em relação ao ano anterior.

Somente a transição de um modelo baseado na locação de veículos de terceiros para a aquisição de sua própria frota permitiu à empresa reduzir seus custos operacionais em 62%, impactando diretamente suas margens e rentabilidade.

Troca de marcha

Até 2022, a Turbi utilizava carros de grandes locadoras para sublocação, uma estratégia que possibilitou o crescimento inicial, mas não atendia às expectativas de rentabilidade. "Ficou claro que precisávamos ter mais controle sobre a operação, tanto para melhorar as margens quanto para reduzir os custos de locação", explica Eduardo Portelada, Diretor de Relações com Investidores da Turbi.

Fundada por Diego Lira e Daniel Prado, a Turbi abriu as portas oficialmente em 2017. A ideia da dupla paulista surgiu como uma resposta a um incômodo. A mobilidade urbana em São Paulo é complicada, enquanto cidades na Europa e Estados Unidos já se beneficiam de modelos de compartilhamento de carros, como Turo e Zipcar. Assim, veio a ideia de criar a Turbi.

Em 2022, a empresa emitiu R$ 106 milhões em debêntures para começar a compra de seus próprios veículos. A transição para uma frota própria foi gradual, mas já mostrou resultados substanciais: em 2024, a Turbi conseguiu recuperar suas margens EBITDA, que passaram de uma perda de 3% no início do ano para uma margem positiva de 44% no quarto trimestre.

Além disso, a empresa entrou no mercado de seminovos, vendendo mais de 1.300 carros em 2024 e faturando R$ 98 milhões com a operação. Isso não só contribuiu para a renovação da frota, mas também ajudou a reduzir a depreciação acelerada dos veículos. "A cada carro vendido, temos a oportunidade de reinvestir em novos veículos e continuar renovando nossa frota, criando um ciclo positivo para a empresa", explica Portelada.

Aposta no digital

Enquanto muitas locadoras tradicionais ainda enfrentam dificuldades para adotar tecnologias que melhorem a experiência do cliente e reduzam custos, a Turbi tem se destacado por oferecer um processo totalmente digital, sem fricções. A experiência do usuário é conduzida diretamente pelo aplicativo, permitindo que a locação seja feita de forma prática e ágil, sem necessidade de interação física.

O uso de Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial também tem sido fundamental para monitorar a frota e otimizar os serviços. "Nossa operação digitalizada nos permite otimizar a gestão da frota e a experiência do cliente, criando um ciclo de feedback contínuo e melhorando a eficiência operacional", explica Portelada.

A Turbi tem uma meta ambiciosa: dobrar sua frota até o final de 2025, alcançando 10.000 veículos. Para isso, a empresa está planejando levantar cerca de R$ 1 bilhão, o que será essencial para adquirir novos veículos e garantir um crescimento sustentável da frota.

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