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A nova empresa do co-fundador da Azul

Gerald Lee saiu da Azul para criar a Modern Logistics, que irá integrar cadeia produtiva, armazenamento, transporte e distribuição, com foco em transporte aéreo


	Transporte aéreo: o foco serão produtos de alto valor, como eletrônicos, farmacêuticos e autopeças
 (Getty Images)

Transporte aéreo: o foco serão produtos de alto valor, como eletrônicos, farmacêuticos e autopeças (Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 18h10.

São Paulo – Uma equipe formada por ex-executivos da Azul Linhas Aéreas e da americana JetBlue Airlines se uniu para levar a logística brasileira às alturas. A nova Modern Logistics irá interligar toda a cadeia de produção com foco em transporte aéreo, como uma Fedex brasileira.

Recentemente, recebeu um investimento de R$75 milhões de investidores locais e estrangeiros, coordenadas pela gestora de recursos DXA Investments.

Coordenada por Gerald Blake Lee, co-fundador da Azul e vice-presidente de desenvolvimento de negócios da JetBlue, o objetivo da Modern Logistics é integrar indústrias, centros de distribuição e uma rede de pontes aéreas.

O foco serão produtos de alto valor agregado, como eletrônicos, produtos farmacêuticos e autopeças.

Atualmente, Lee diz que as indústrias estão presas aos grandes centros – mais abastecidos de infraestrutura e também mais caros. Por isso, assim como a Azul, a nova empresa de Lee pretende ter presença em destinos menores e mais capilaridade. “Vamos ajudar as indústrias a ir onde elas querem ir”, afirma o CEO.

Para a nova empresa, ele trouxe uma equipe de executivos da Azul Linhas Aéreas e da JetBlue Airways, com pessoas que já estão ao seu lado há mais de 15 anos.

A empresa terá uma frota de caminhões própria, além de terceirizar outra parte do serviço. Porém, a prioridade será o transporte aéreo de bens de alto valor agregado. Serão usados jatos Boeing-737 e turboélices ATR-72, através de um contrato fechado com a Boeing em janeiro deste ano.

Em três meses, a companhia irá iniciar a venda dos serviços de logística. Até o fim do primeiro semestre de 2015 irão iniciar as operações. A meta é acabar 2015 com cinco aviões e ter 40 cargueiros em cinco anos. O primeiro centro de distribuição será inaugurado em Jundiaí, São Paulo, em dezembro.

Normalmente, o transporte de carga por meio aéreo costuma ser muito mais caro que o por rodovias. Por isso apenas 0,3% do volume de produtos transportados no país viaja de avião.

Porém, argumenta Lee, o Brasil vive uma “anomalia” de infraestrutura. Para que um produto chegue de Manaus até Porto Alegre, o transporte pela malha rodoviária costuma levar mais de 25 dias. Além disso, as estradas são bastante inseguras.

Com o custo do seguro da carga, do sistema de tracking, que monitora a posição do caminhão, de escoltas para a carga, do salário de caminhoneiros e do diesel, o transporte rodoviário é muito pouco competitivo, diz Lee. Enviar um produto de alto custo por esse meio se torna quase inviável.

Através de uma rede de pontes aéreas, a nova empresa de logística pode driblar esse problema. Mais do que reduzir os custos, corta o tempo de armazenamento e de entrega, gerando maior liquidez no mercado.

Aumentar a rapidez de chegada às lojas é especialmente importante para produtos eletrônicos, um dos focos da nova companhia. Como a tecnologia avança muito rápido, é importante que o transporte de produtos acompanhe este ritmo.

15 centros de distribuição serão criados ao redor de aeroportos e, para crescer rapidamente, a empresa irá alugar os galpões. A companhia também irá utilizar o método pick and packing, que divide grandes cargas de pallets em pacotes menores para dividir a distribuição.

O americano se mudou em 2009 para o Brasil, para fundar a Azul. Ele se desculpa pelo sotaque, mas fala com paixão dos sonhos de desenvolver “o nosso país”. “Imagine quanto o país pode crescer, se diminuirmos o custo de transporte e logística?”, comenta, entusiasmado.

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