Juliana Sztrajtman, diretora de varejo da Amazon Brasil: “A 'cultura do mimo' aparece tanto na compra de itens pessoais quanto na busca por experiências que promovam relaxamento e prazer” (Amazon/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 27 de novembro de 2024 às 14h20.
No TikTok, viralizou um vídeo da influenciadora digital Virginia Fonseca dizendo que "se mimou" ao comprar uma bolsa de 200.000 reais.
É verdade que poucos têm 200.000 reais para gastar em uma bolsa, mas o desejo de "se mimar" está em alta.
Essa é uma das conclusões de uma pesquisa da Amazon em parceria com a consultoria WGSN, que aponta que 59,7% dos brasileiros pretendem comprar presentes para si mesmos neste fim de ano. A tendência reflete a busca por bem-estar, satisfação pessoal e pequenos luxos acessíveis.
“Isso demonstra uma mudança no comportamento do consumidor, que busca cada vez mais bem-estar e satisfação pessoal,” diz Juliana Sztrajtman, diretora de varejo da Amazon Brasil. “A 'cultura do mimo' aparece tanto na compra de itens pessoais quanto na busca por experiências que promovam relaxamento e prazer".
Entre os entrevistados, 89,4% disseram usar aplicativos para realizar compras, priorizando jornadas de compra rápidas e convenientes. Além disso, 51,2% destacaram que imagens e vídeos influenciam diretamente suas decisões de compra.
As redes sociais também têm papel fundamental nessa tendência de "mimos".
“Elas são importantes para a descoberta de produtos e ofertas, ajudando a gerar engajamento e influenciar decisões,” afirma Juliana. Um exemplo é o impacto do Instagram, usado por 40,4% dos consumidores para descobrir promoções.
Outra mudança destacada pela pesquisa é o comportamento da Geração Z, que prioriza presentes com personalidade, mesmo que de baixo custo. Isso reflete uma valorização maior de autenticidade e experiências em vez de itens caros.
"Embora o menor poder de compra da Geração Z influencie na escolha por presentes mais acessíveis, a busca por itens com personalidade e significado demonstra uma mudança de valores", diz. "Para essa geração, o valor de um presente não está necessariamente atrelado ao preço, mas à sua autenticidade e capacidade de expressar sua individualidade. A Geração Z valoriza mais as experiências e a construção de memórias, o que se reflete também na tendência "Anfitriões Z", que prioriza encontros criativos e personalizados, sendo que 32,8% deles afirmaram que uma das razões para consumir neste fim de ano é preparar festas e comemorações para a família e amigos".
Outro dado relevante da pesquisa é o crescimento do consumo consciente, com foco na reutilização de produtos. A Amazon, inclusive, já está de olho nesta tendência desde o ano passado. A maior varejista do mundo tem um programa chamado “Amazon Quase Novo”, que oferece produtos usados em bom estado com descontos entre 10% e 35%.
“Ao dar uma ‘segunda vida’ aos produtos, ajudamos a reduzir o consumo de recursos naturais e a geração de resíduos,” diz Juliana.
Produtos de 14 categorias, como celulares, brinquedos e videogames, passam por inspeções rigorosas antes de serem disponibilizados.
Essa mudança comportamental reflete um movimento global. O mercado de produtos de segunda mão deve crescer cerca de 15% ao ano até 2028, impulsionado por consumidores que buscam alinhar economia e sustentabilidade.
Além do "se mimar" e do consumo consciente, a pesquisa identificou outras tendências para o varejo neste final de ano.
O levantamento também apontou que 87,9% dos consumidores planejam realizar compras na Black Friday, enquanto 41,1% indicam a intenção de comprar no Natal. Um em cada três entrevistados acredita que dívidas e orçamento são fatores que impactarão suas compras do final de ano.