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A Microsoft pode resgatar a Nokia?

A associação com a empresa de Bill Gates fará a companhia finlandesa aliar qualidade de seus aparelhos com softwares mais moderno para competir com Apple e Google

Nokia: parceria com a Microsoft para acelerar inovação (Jens Koch/Getty Images)

Nokia: parceria com a Microsoft para acelerar inovação (Jens Koch/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2011 às 20h09.

São Paulo – É fácil encontrar alguém com um celular da Nokia. A finlandesa ainda mantém a liderança mundial em número de aparelhos vendidos. Foram 108,5 milhões de unidades no primeiro trimestre, o que representa uma participação de mercado de 29,2%, entre os 150 países onde está presente.

No entanto, a hegemonia da companhia há tempos vem sendo abalada pelas concorrentes Apple, com o iOS do iPhone, e Google, com o Android. “A Nokia passou muito tempo com o mesmo sistema, o Symbian, que a fez ser reconhecida como uma empresa de celulares mais básicos, enquanto outras desenvolviam softwares modernos”, afirma Vinicius Caetano, analista sênior da consultoria Pyramid Research.

Agora, a Nokia tem a chance de reforçar sua posição com a recente parceria com a Microsoft. Com a promessa de sistemas operacionais mais modernos, a Nokia terá duas vantagens: uma ampla variedade de produtos e preços com tecnologias mais desenvolvidas.

A companhia precisa correr para evitar que sua queda continue. De 2010 para cá, a Nokia perdeu 5,2% de participação mundial no mercado, enquanto a Apple, por exemplo, dobrou sua participação, chegando a 5% do total. Sim, a distância ainda é grande, mas a Nokia tem pressa. Na semana passada, a empresa perdeu a liderança na Europa para a sul-coreana Samsung, numa queda de 19%.

Em contrapartida, avançou em outros mercados como Ásia e América Latina. O desempenho no Brasil, por exemplo, vem ganhando peso. “Em 2009, éramos o nono maior mercado da empresa no mundo e no ano passado saltamos para a sexta posição”, disse a EXAME.com Marcelo Gonçalves, gerente de produto sênior para a América Latina. Só aqui foram 2,4 milhões de smartphones vendidos – 47% do total e 41% do faturamento da empresa na América Latina.

A Nokia só percebeu que precisaria investir mais pesado em sistemas operacionais com a chegada do iOS do iPhone e do Android, do Google. O resultado: no ano passado foram 5,8 bilhões de euros investidos em pesquisa e desenvolvimento. “Com o lançamento do sistema Ovi, em 2007, percebemos que deveríamos focar em software além do hardware”, diz Gonçalves. A Ovi também continuará com sua loja virtual, semelhante à Apple Store.


No entanto, pela simples falta de costume no desenvolvimento de softwares avançados, a Nokia optou pela acertada parceria com a Microsoft para acelerar sua modernização. “A Nokia poderia investir sozinha sim em softwares modernos, mas isso demoraria um tempo e resultaria num novo sistema operacional que levaria mais tempo até os consumidores se acostumarem”, diz Caetano.

A parceria firmada em fevereiro trará ao mercado o sistema Windows Phone 7, a partir do primeiro semestre de 2012, com uma nova família de aparelhos. Na segunda metade deste ano, a Nokia pretende oferecer atualizações remotas do atual sistema Symbian para evitar um intervalo muito grande entre os softwares. Há um porém: os aparelhos comprados hoje não poderão fazer a atualização do Symbian para o novo sistema.

Ainda assim como a troca de aparelhos ocorre, em média, a cada 17 meses, a Nokia tem um grande potencial a ser explorado. Segundo estudo da Pyramid Research, o sistema Windows Phone 7 será o mais comum em 2013. “O iPhone e o Blackberry devem permanecer de nicho porque estão atreladas a um fabricante. Android e Microsoft vão batalhar pelo grosso do mercado”, afirma Caetano.

Outro ponto que beneficiará a empresa finlandesa é a recente venda do Skype para a Microsoft. “O aplicativo é um dos mais desejados para o iPhone e agora a Nokia terá essa vantagem”, diz o analista. Depois do anúncio da parceria, logo surgiram rumores de que a Nokia seria vendida para a Microsoft, o que a finlandesa prontamente negou. A companhia já investe em aparelhos com touchscreen, para uso comum ou corporativo, numa faixa que varia entre 399 reais e 1.499 reais. A saída agora é investir em inovação.

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