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Mylena Cooper, CEO do Grupo Vaticano (Grupo Vaticano/Divulgação)
Editor da Região Sul
Publicado em 2 de novembro de 2025 às 16h21.
Última atualização em 2 de novembro de 2025 às 16h23.
Ela cresceu brincando com os primos de esconde-esconde entre os caixões na funerária da família. Para Mylena Cooper, CEO das Empresas Vaticano, as conversas sobre morte nunca foram um tabu na mesa de jantar desde que era criança.
Mylena ingressou na empresa aos 16 anos. Hoje, está à frente da companhia de serviços fúnebres, com atuação no Paraná e em Santa Catarina, que projeta alcançar faturamento de R$ 1 bilhão até 2035.
O setor funerário no Brasil é tradicional, marcado por práticas consolidadas e ritmos lentos de modernização. Nesse cenário, a trajetória de Mylena se destaca como um case de transformação de mercado, com foco em inovação, tecnologia e o acolhimento aos clientes.
Mylena é a terceira geração a assumir os negócios do grupo familiar, que começou há 90 anos, quando o avô, marceneiro, entalhava cada caixão artesanalmente. O pai dela, Edson Cooper, aprendeu o ofício desde criança e, mais tarde, deu início à Funerária Cooper, em 1982.
À frente das Empresas Vaticano e da The Diamond, ela combina tradição com novos modelos de negócios, redefinindo o conceito de ritos fúnebres no país. Com produtos como o biodiamante, a expectativa é alcançar faturamento bilionário na próxima década e posicionar o país como referência internacional em tecnologia memoria
O modelo de gestão familiar é bem estruturado: os irmãos coordenam a operação, enquanto os pais mantêm papéis estratégicos no conselho e na governança. Essa combinação de tradição e modernidade permitiu que as Empresas Vaticano transformassem um segmento historicamente conservador em um mercado de inovação.
O Crematório Vaticano de Curitiba (PR) inaugurado em 2000, foi um dos primeiros da região e marcou o início de um ciclo de expansão e modernização. Sete anos depois, a abertura do Crematório Vaticano de Balneário Camboriú marcou o início da presença em Santa Catarina, introduzindo padrões de atendimento humanizado e tecnologia aplicada às cerimônias de despedida.
Atualmente são realizadas cerca de 3 mil cremações por ano, média de 50% em cada estado. “A expectativa é que, nos próximos anos, o Brasil acompanhe tendências globais: países como Japão, Reino Unido e Suíça já ultrapassam 90% de cremações, enquanto o Brasil permanece em torno de 25%”, fala Mylena, indicando um mercado com grande potencial de expansão.
O investimento em cemitérios-parques e memoriais complementou a estratégia, criando espaços sustentáveis que unem natureza, arte e espiritualidade. Esses locais foram projetados não apenas para atender às necessidades de sepultamento, mas para oferecer experiências de acolhimento, contemplação e reconexão, transformando o conceito de memorialização no país. Atualmente a Vaticano possui cemitérios no PR e em SC.
Em 2021, a empresa lançou o Crematório Pet Vaticano, ampliando o portfólio para atender à crescente demanda por serviços de despedida de animais de estimação. O segmento pet representa atualmente cerca de 10% do faturamento total, com crescimento anual superior a 25%.
A atuação de Mylena não se limita à gestão interna das empresas. Ela preside a Associação Funerária de Assuntos Internacionais e representa o Brasil como segunda Vice-Presidente na FIAT-IFTA, principal federação mundial do setor, reconhecida pela ONU. Essa posição estratégica permite à empresa conectar-se com tendências globais, promover inovação e posicionar o país como referência internacional em humanização e tecnologia funerária.
Ela também é considerada a primeira influenciadora digital do segmento funerário no Brasil, compartilhando nas redes sociais pessoais o dia a dia do setor, novidades, curiosidades e mostrando como são os ritos fúnebres pelo mundo.
A experiência na relação com os clientes, justamente quando estão mais fragilizados diante da perda de um familiar ou amigo, também inspirou Mylena a escrever o livro “O Dia que a Vovó do Banzé Morreu”, que aborda a educação emocional de crianças diante do luto e como as famílias podem conversar com elas. “Em breve lanço um novo livro, nascido das histórias reais de quem cresceu entre caixões, brincadeiras de esconde-esconde em funerárias e uma infância cercada por símbolos de despedida e amor”.
A diversificação é outro eixo estratégico da gestão. A The Diamond, braço do grupo especializado em diamantes laboratoriais, surgiu como resposta à demanda por memorialização personalizada. Os biodiamantes, como são chamados, são produzidos ou a partir de cinzas humanas, ou de cabelos ou pelos de animais, permitindo que memórias afetivas sejam eternizadas de forma única.
Com características químicas iguais aos diamantes encontrados na natureza, as joias da The Diamond oferecem rastreabilidade, produção ética e sustentabilidade, alinhando luxo e responsabilidade ambiental. O segmento de diamantes laboratoriais movimentou globalmente cerca de US$ 26 bilhões em 2024 e cresce de forma acelerada, com estimativa de alcançar US$ 75 bilhões em 2032.
Já o projeto “Vela da Fé” representa a ambição estratégica e de visão de Mylena. A empresária visa transformar os monumentos — localizados nos cemitérios de Almirante Tamandaré (PR) e São José (SC) — em um novo modelo de turismo memorial e religioso no Brasil, incluindo capelas, museus, auditórios, hotel, shopping e áreas de contemplação. “Temos um grande potencial de gerar impacto econômico significativo ao criar empregos e atrair investimentos para projetos diferenciados como esses”.
Essas atuações da empresária contribuem para desmistificar o mercado, educar o público e fortalecer a marca das Empresas Vaticano e do setor funerário como um todo. “Para mim a morte nunca foi um tabu, mas para muita gente no nosso país ainda é. Quero mostrar que pode existir tecnologia e inovação sem perder o acolhimento e a sensibilidade que esse momento exige”, explica.
A aposta em novos serviços, sustentabilidade e experiências personalizadas criou um ecossistema de negócios que transcende o conceito tradicional de funeral, posicionando o grupo como protagonista na transformação de todo o setor no país. “Uma curiosidade que sempre me emociona: o sobrenome “Cooper”, em alguns países da Europa, com na Irlanda, significa ‘fabricante de caixões’. Uma coincidência simbólica, que parece ter selado o destino da nossa família”, finaliza Mylena.