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A Louis Vuitton seguirá vivendo num mundo à parte?

Maior conglomerado de luxo do mundo, que anuncia resultados hoje, cresceu 15% no primeiro semestre, apesar da instabilidade global

Louis Vuitton: vendas de produtos de luxo na China crescem 20% ao ano (Lisi Niesner/File Photo/Reuters)

Louis Vuitton: vendas de produtos de luxo na China crescem 20% ao ano (Lisi Niesner/File Photo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 07h26.

Última atualização em 9 de outubro de 2019 às 10h30.

São Paulo — Brexit, guerra comercial, Irã, Síria, Hong Kong. É preciso deixar a instabilidade global de lado na hora de se analisar o desempenho das grandes empresas de luxo. Nesta quarta-feira, a maior delas, o conglomerado francês LVMH divulgará seus resultados do terceiro trimestre com expectativa de manter o ótimo desempenho dos balanços anteriores.

Dona de 75 marcas como Louis Vuitton e Christian Dior, a LVMH teve vendas acima do esperado no primeiro semestre. O faturamento bateu 25,1 bilhões de euros, 15% acima dos primeiros seis meses de 2018, enquanto o lucro subiu 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 5,3 bilhões de euros. A Louis Vuitton teve resultados "em níveis excepcionais", segundo a empresa.

Uma explicação para os números está na falado presidente do conglomerado, Bernard Arnault, o quarto homem mais rico do mundo: "nossos produtos transcendem o tempo". Outra fonte de expansão vem da China, onde, apesar da redução no ritmo de crescimento econômico, o consumo de luxo avança 20% ao ano. Para atrair os novos ricos, da China e do resto do mundo, o conglomerado segue diversificando suas marcas: este ano lançou, por exemplo, uma grife em parceria com a cantora Rihanna.

No Brasil, o mercado de luxo já viveu dias melhores. Marcas importantes, como Versace e Kate Spade anunciaram nos últimos anos sua saída do país após anos de renitente crise econômica e de instabilidade cambial. Mas os números estão longe de ser ruins. Segundo a consultoria Euromonitor, o faturamento dos produtos de luxo cresceu 18% no país entre 2013 e 2018, num período em que a renda per capita encolheu 6%.

A projeção é que o mercado de luxo no país avance mais de 20% até 2023, puxado pelo "luxo de experiência", como refeições e viagens. Eis um desafio adicional para grandes empresas como a LVMH: os ricos continuarão gastando, mas preferem cada vez mais um bom jantar a uma nova bolsa.

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