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A Hypera Pharma em 2020: Corinthians, aquisições e alta nos lucros

Farmacêutica divulga resultados que devem mostrar bom momento da empresa na pandemia

Hypera Pharma: companhia divulga resultados nesta sexta-feira (Hypera Pharma/Divulgação)

Hypera Pharma: companhia divulga resultados nesta sexta-feira (Hypera Pharma/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 2 de março de 2021 às 11h51.

A farmacêutica Hypera Pharma teve um ano agitado em 2020. Foi o ano em que a companhia anunciou a compra do portfólio de medicamentos da Takeda (dona de remédios como Neosaldina e Dramin), e a compra da Simple Organic Beauty, empresa de produtos de beleza orgâsnicos e veganos.

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Também foi em 2020 que ela concluiu a aquisição da família de produtos Buscopan e Buscofem, em um negócio de 1,3 bilhão de reais, fechou acordo pelos naming rights do estádio do Corinthians, e teve ex-executivos envolvidos em uma denúcia de corrupção.

Nesta sexta-feira, a Hypera divulga os resultados consolidados de 2020, após o fechamento do mercado. A expectativa é de que os números consolidem um bom ano para a Hypera. Foi um ano em que o setor farmacêutico teve ganho de vendas na pandemia, impulsionado pelos segmentos de genéricos e vitamínicos. Por outro lado, houve queda nas vendas de medicamentos prescritos, porque a população passou a ir menos ao médico, em especial no início do ano.

Até aqui a Hypera tem apresentado bons números, mostrando que a pandemia foi mais positiva do que negativa para a companhia. No terceiro trimestre de 2020, teve lucro líquido de 345,6 milhões de reais, o que representa alta de 29,4% ante os 267,2 milhões de reais registrados no mesmo período de 2019. Já a receita líquida chegou a 1,08 bilhão de reais, alta de 7,9% em relação ao mesmo período de 2019 – o maior patamar já registrado pela companhia em um trimestre, desde que passou a concentrar suas operações exclusivamente no mercado farmacêutico.

No entanto, nem tudo são flores. A margem bruta recuou para 64% no terceiro trimestre, 3,5 pontos percentuais a menos que no mesmo período de 2019. Já o resultado financeiro foi negativo em 36,39 milhões de reais, ante 8,93 milhões de reais positivos do terceiro trimestre de 2019. O endividamento líquido da empresa no trimestre foi de 637 milhões de reais. Os destaques negativos se devem principalmente às aquisições recentes. A Hypera fez uma emissão de debênures para financiar a aquisição das marcas Buscopan e Buscofem e do porfólio da Takeda.

A redução de margem foi alvo de alerta para o BTG Pactual em relatório divulgado à época. Ainda assim, os analistas do banco afirmaram que, apesar das preocupações, veem uma “uma melhora no momentum“ da companhia, em parte por conta das recentes aquisições.

Em relatório divulgado no início de fevereiro, o Credit Suisse diz esperar um crescimento orgânico das vendas na Hypera em torno de 7% ao ano, em termos nominais. Os riscos para essa avaliação, segundo o banco, “estão principalmente relacionados a investigações em andamento de atos anteriores por ex-executivos e ex-membros do conselho do Hypera”. As investigações correm em sigilo.  Outros riscos incluem impactos causados por problemas na distribuição, no estoque de produtos, e o risco cambial.

Se nada disso atrapalhar, a estimativa do banco é de um preço alvo para as ações da Hypera de 40 reais; hoje o papel é negociado a 33 reais. Os resultados a serem divulgados hoje darão mais pistas sobre o futuro da farmacêutica.

 

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