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A história por trás da demissão que fez as ações da Tim caírem na Bolsa

Telecom Itália, dona da TIM no Brasil, demitiu seu presidente global, o israelense Amos Genish, após uma queda de braço entre seus principais acionistas

TIM: papéis recuaram 4,55%, cotados a R$ 11,33, a segunda maior queda do Ibovespa (TIM/Divulgação)

TIM: papéis recuaram 4,55%, cotados a R$ 11,33, a segunda maior queda do Ibovespa (TIM/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de novembro de 2018 às 09h37.

Última atualização em 14 de novembro de 2018 às 21h13.

São Paulo - A Telecom Itália, dona da TIM no Brasil, demitiu seu presidente global, o israelense Amos Genish, após uma queda de braço entre seus principais acionistas, a francesa Vivendi e o fundo americano Elliott. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Genish afirmou que os dois sócios divergem há meses sobre os rumos estratégicos para a operadora italiana.

"A Vivendi tem uma estratégia de longo prazo, com crescimento em mercados onde a empresa vê potencial de expansão, ao contrário do Elliott, que defende a venda de vários pedaços da empresa", disse o executivo, que vai permanecer no conselho da companhia.

A saída de Genish derrubou ontem as ações da TIM. Os papéis recuaram 4,55%, cotados a R$ 11,33, a segunda maior queda do Ibovespa. Analistas do Itaú BBA consideraram a notícia negativa para a TIM, uma vez que Genish tinha um profundo conhecimento sobre o setor de telecomunicações brasileiro e era bem visto por investidores no País.

Genish foi alçado à presidência global da operadora italiana em setembro de 2017, com apoio da empresa de mídia Vivendi, controladora da operadora italiana, após construir uma carreira de sucesso no Brasil.

Fundador da operadora regional GVT, vendida por R$ 22 bilhões para a Telefônica Vivo em 2014, líder no Brasil, Genish ficou no comando da empresa espanhola no País após quase dois anos. O executivo saiu para ser um dos principais homens de confiança da empresa de mídia Vivendi, controladora da Telecom Itália.

Desentendimentos

Responsável pelo processo de reestruturação da Telecom Itália, Genish afirmou que as desavenças entre os acionistas ficaram mais firmes em maio, quando o fundo americano Elliott conseguiu eleger dois terços do conselho. "Minha demissão ocorre em meio à preparação do plano estratégico de crescimento do grupo para 2019 a 2021, que previa expansão no mercado italiano em 5G e no Brasil", disse.

Em comunicado, a Telecom Itália informou que se reunirá no próximo domingo para nomear um novo presidente, mas não detalhou a saída de Genish, que estava em viagem de negócio quando sua demissão foi anunciada. "O jogo não acabou ainda", disse o executivo.

Terceira maior operadora do País, a TIM segue com planos de expansão no País, segundo fontes próximas à companhia. Na semana passada, a TIM havia recebido sinal verde do grupo italiano para realizar uma oferta não vinculante pela Nextel, pertencente ao grupo norte-americano NII Holdings, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. A operadora também era apontada como uma das potenciais investidoras na Oi, que está em recuperação judicial.

Possíveis substitutos

Pelo menos três nomes são apontados como substitutos de Genish. Entre eles, está o ex-executivo da FiatChrysler, Alfredo Altavilla, que atualmente faz parte do conselho da Telecom Itália como diretor independente. Luigi Gubitosi, que já dirigiu o negócio de telecomunicações da Wind na Itália e também faz parte do conselho do grupo, e Stefano De Angelis, ex-CEO da brasileira TIM, também estão entre os candidatos, segundo fontes ouvidas pela agência Reuters.

"Nós condenamos a desestabilização por trás dessa decisão e os métodos vergonhosos. Reservamos todos os nossos direitos para defender os interesses de todos os acionistas", disse um porta-voz da Vivendi. Já o Elliott informou que a Vivendi rejeitou tentativas anteriores de diálogo. "Estamos abertos e permanecemos abertos a um diálogo", disse um porta-voz do fundo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, com Reuters

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