Antonov 225: com 84 metros de comprimento, 18,1 de altura e 88,4 de envergadura, é único no mundo (Vasiliy Koba/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Karin Salomão
Publicado em 14 de novembro de 2016 às 16h33.
Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 17h38.
São Paulo – O maior avião do mundo, o Antonov An-225, está atualmente em solo brasileiro. Ele pousou hoje no aeroporto de Viracopos, Campinas, de onde voará para o aeroporto de Guarulhos.
O seu destino final é Santiago do Chile, para onde o avião está transportando um gerador de 150 toneladas de uma empresa de automação empresarial.
É a segunda vez que a aeronave pousa no Brasil: a primeira foi em 2010. A operação de carregamento deve ocupar o espaço de sete aeronaves, disse o comandante Miguel Dau, diretor de Operações da GRU Airport, à Veja São Paulo.
A fabricante e dona desse colosso é a Antonov Airlines, companhia aérea ucraniana de transporte de cargas. E não são cargas comuns: foguetes, cargas militares, refeições para um exército inteiro e geradores já voaram com seus aviões por todo o mundo.
Baseada no aeroporto de Gostomel, perto da capital ucraniana Kiev, é uma das poucas especializadas no transporte de grandes cargas, que não cabem em um avião tradicional.
Ela começou a operar em 1988, para fabricar e comercializar aviões gigantes de carga para a União Soviética.
A companhia aérea é uma subsidiária da Antonov StC, companhia estatal. Em 2015, foi transferida do Ministério de Desenvolvimento Econômico e Comércio para a Ukroboronprom, Indústria de Defesa da Ucrânia, também estatal.
Gigante nos ares
O avião Antonov 225, com 84 metros de comprimento, 18,1 de altura e 88,4 de envergadura, é único no mundo. Ele levou quatro anos para ser construído, de 1984 a 1988, para transportar o ônibus espacial soviético Buran.
Tem capacidade para carregar até 250 toneladas, muito mais que os concorrentes Boeing 747-800, que aguenta 140 toneladas e o Airbus 330, que leva até 65 toneladas.
Um segundo avião do tipo começou a ser construído. No entanto, com o colapso da União Soviética, em 1991 e o fim do programa do ônibus espacial, a fabricação foi cancelada.
A aeronave parou de voar em 1994, mas voltou a ser usada, depois de ser inteiramente reformada, em uma nova parceria. Em 2006, a Antonov se uniu à russa Volga-Dnepr Airlines em uma joint venture. Hoje, as duas empresas operam a frota de An-124 e o An 125.
Contratar os serviços do modelo começam em cerca de US$ 300 mil, informa o site Airway. Além de grandes cargas comerciais, o An-225 também já foi direcionado para para operações humanitárias como, por exemplo, o terremoto no Haiti, em 2010, e o tsunami que atingiu o Japão, em 2011.
O pouso do avião em Viracopos foi transmitido pel Facebook do aeroporto.
Também foi divulgado pelo aeroporto de Guarulhos. A chegada em São Paulo atrasou um dia e ele só chegou na noite de terça-feira, dia 15. Veja o vídeo do pouso abaixo.
Carga preciosa
O An-225 irá carregar, para o Chile, um transformador trifásico de energia. O montante de energia transmitido por esse transformador a plena carga é o suficiente para alimentar 65 mil domicílios.
É o equipamento do tipo mais pesado transformador a ser transportado pelo ar e foi especialmente desenvolvido levando em consideração as proporções da aeronave.
Ele tem 155 toneladas, que equivale a 135 carros médios. Com todos os seus acessórios, chega a pesar 250 toneladas.
O aparelho foi construído pela multinacional suíça ABB na sua fábrica em Guarulhos. A companhia, que tem mais de 130 anos, opera em mais de 100 países com cerca de 135.000 funcionários.