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A crise do metanol não impediu essa marca de lançar coquetéis em caixinha

A Skal, marca de bebidas alcoólicas, aposta na embalagem de caixinha e ativações em bares e festas universitárias como motor para crescimento no setor 'ready to drink'

A nova marca de coquetéis prontos surge em momento difícil para a indústria, porém, quer faturar R$ 4 bilhões (SKAL/Divulgação)

A nova marca de coquetéis prontos surge em momento difícil para a indústria, porém, quer faturar R$ 4 bilhões (SKAL/Divulgação)

Paloma Lazzaro
Paloma Lazzaro

Estagiária de jornalismo

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 16h59.

Última atualização em 9 de outubro de 2025 às 18h16.

Na última sexta-feira, 3, em frente ao bar universitário Boa Ideia, no Butantã, Zona Oeste de São Paulo, a Skal fazia sua estreia.

A nova marca de bebidas alcoólicas a base de destilados, embaladas em caixas longa vida, instalou uma ativação com "provinhas" do produto.

A situação era desfavorável. O bar estava mais vazio que o normal devido ao surto de intoxicações por metanol.

Além do menor movimento, a maioria dos clientes pedia apenas cerveja e relatava temor dos destilados.

Apesar da semana tensa no setor, a ação de marketing já tinha sido planejada e a empresa decidiu não recuar, explicou Bernardo Bloisi, diretor-executivo da marca.

"Não vamos deixar de fazer a ativação, porque a gente também quer aproveitar esse momento para apresentar o produto", diz Bloisi. "Como as pessoas não conhecem ele ainda, ficam com medo do metanol, mas a Skal acaba sendo uma das opções mais seguras que se pode ter agora".

A Skal começou a operar há aproximadamente dois meses. A produção faz parte da Tecfruit’s Agroindústria, que atua há anos na fabricação de sucos de frutas, hortaliças e legumes (como Smart Fruit, Coco Quadrado e Smart Tea). 

"Nesse bar, até agora, ninguém negou uma amostra. Além da embalagem inviolável, nós e os executivos da marca estamos aqui bebendo o produto. Isso aumenta a confiança", diz uma das representantes.

Mercado crescente de bebidas ready to drink

Bloisi conta que entrar no mercado de coquetéis alcoólicos prontos foi uma aposta da Tecfruit’s para capitalizar em um mercado em ascensão.  

Nos últimos anos, o consumo de bebidas alcoólicas no geral decresceu no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Uma exceção a essa regra, explica o diretor-executivo, é a categoria de ready to drinks ("pronto para beber", em português). O mercado cresce 5% ao ano mundialmente e, por aqui, algumas marcas como Xeque Mate e Skol Beats tem ganhado destaque.

"O mercado de destilados no Brasil movimenta mais ou menos R$ 400 bilhões por ano, um valor muito alto. Nesse contexto, nosso objetivo é atingir o mercado nacional de bebidas ready to drink e alcançar, a médio prazo, 3% do market share desse mercado específico", diz Bloisi. 

Até o momento, a Skal ainda não fechou um trimestre em funcionamento, então não pode passar o valor de faturamento. Ainda assim, Bloisi assegura que a projeção de mercado é realista.

Investimento e logística da Tecfruit’s

A Skal nunca recebeu investimento externo. A produção foi instalada em uma planta industrial da Tecfruit’s, a Tecpolpa, em Dobrada, São Paulo.

Isso elimina alguns desafios logísticos e financeiros, que poderiam se somar à dificuldade de tentar vender uma bebida alcoólica nova em meio ao surto de intoxicações por metanol.

"Como investimento, produzimos 2 milhões de unidades do produto. Como a gente já tem toda a estrutura industrial da nossa fábrica, o processo logístico já está ajustado", ele diz.

Até o momento, os seis sabores da Skal são vendidos no site da empresa e em alguns bares universitários e adegas.

Custando cerca de R$ 14,00 por caixinha, os sabores disponíveis são: Caipirinha de Limão, Whisky com Coco, Gin Tropical, Guaraná com Vodka, Laranja Spritz e Mate com Rum.

"As negociações com distribuidores e varejistas estão no momento mais inicial, mas a nossa expectativa é de chegar ao Brasil inteiro", diz Bloisi.

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