Negócios

A consultoria que promete acabar com erros milionários na escolha de CEOs

A Flow Executive Finders desenvolveu um método de análise do contexto da empresa antes da escolha de executivos C-level. A consultoria fatura mais de 50 milhões de reais e cresce 30% ao ano

Luiz Gustavo Mariano, sócio-fundador da Flow Executive Finders: "O impacto de um erro na escolha de um executivo é enorme e muitas vezes irreversível. Nosso trabalho é evitar que isso aconteça" (Divulgação/Divulgação)

Luiz Gustavo Mariano, sócio-fundador da Flow Executive Finders: "O impacto de um erro na escolha de um executivo é enorme e muitas vezes irreversível. Nosso trabalho é evitar que isso aconteça" (Divulgação/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 13h38.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2025 às 14h32.

Tudo sobreRecursos humanos (RH)
Saiba mais

A rotatividade de executivos no topo da pirâmide corporativa nunca foi tão alta. Empresas de todos os setores enfrentam dificuldades para manter seus CEOs, CFOs e diretores por longos períodos. Pesquisas indicam que cerca de 30% dos altos executivos deixam o cargo em até dois anos, gerando prejuízos financeiros e estratégicos.

No Brasil, a Flow Executive Finders se especializou em reduzir esse risco. A consultoria, fundada em 2011, em São Paulo, desenvolveu um método próprio para selecionar C-levels, indo além do histórico profissional e analisando o contexto da empresa antes da contratação. Esse modelo garantiu um crescimento médio de 30% ao ano e fez a Flow faturar mais de 50 milhões de reais em 2024, com projeção de dobrar a receita nos próximos três anos.

"O impacto de um erro na escolha de um executivo é enorme e muitas vezes irreversível. Nosso trabalho é evitar que isso aconteça", afirma Luiz Gustavo Mariano, sócio-fundador da Flow.

A consultoria, que atua no recrutamento de executivos para empresas que faturam a partir de 500 milhões de reais, tem 65 funcionários, sendo 25 consultores especializados. Em 2024, a empresa conduziu 150 processos seletivos para CEOs, CFOs e conselheiros de administração.

Com um faturamento que pode ultrapassar 100 milhões de reais até 2027, a Flow se posiciona como uma das principais consultorias brasileiras no setor de executive search.

O problema: CEOs que duram pouco e custam caro

No mercado tradicional de recrutamento, a escolha de um CEO ou diretor é feita com base no histórico do profissional. A lógica é que alguém que já ocupou um cargo semelhante terá sucesso em uma nova empresa. Mas, na prática, isso nem sempre acontece.

Mariano explica que um executivo pode ter sido bem-sucedido em uma empresa, mas falhar completamente em outra, mesmo dentro do mesmo setor. "O que funcionou em um contexto pode não funcionar em outro. Muitas empresas não consideram isso na hora de contratar", afirma.

Os impactos de uma escolha errada são altos. Um CEO desalinhado com a cultura e os desafios da empresa pode levar a decisões estratégicas equivocadas, perda de valor de mercado e queda de moral dos times. Além disso, há o custo financeiro: substituições frequentes de altos executivos geram despesas com rescisões, consultorias e novos processos seletivos.

"O tempo que se perde com um executivo que não encaixa nunca volta. A empresa perde competitividade e, em muitos casos, clientes e investidores", diz Mariano.

A solução da Flow: método próprio

Para evitar esses erros, a Flow desenvolveu um processo que amplia os critérios de avaliação dos candidatos. Em vez de focar apenas no perfil do executivo, a consultoria faz um diagnóstico detalhado da empresa que está contratando.

São analisados mais de 40 fatores, incluindo modelo de governança, cultura organizacional, desafios estratégicos e estilo de tomada de decisão dos acionistas. Um CEO de uma companhia familiar, por exemplo, pode não se adaptar a uma empresa controlada por fundos de investimento, mesmo que o setor seja o mesmo.

"Cada empresa tem um DNA próprio. Algumas focam em crescimento rápido, outras em consolidação. Algumas têm acionistas que querem perpetuar o negócio, outras têm fundos que planejam vender a companhia em poucos anos. O executivo precisa estar alinhado a esse contexto", explica Mariano.

Depois de mapear o ambiente da empresa, a Flow define o perfil ideal do executivo e parte para a busca de candidatos. O processo inclui entrevistas detalhadas e uma análise rigorosa das experiências anteriores para entender se o profissional tem as competências e a mentalidade necessárias para o desafio.

A consultoria também usa tecnologia para organizar e cruzar dados sobre empresas e candidatos. "Nosso algoritmo não toma decisões, mas ajuda a estruturar o processo, reduzindo a subjetividade da escolha", afirma Mariano.

Casos de sucesso e impacto no mercado

A Flow já participou de processos decisivos para empresas em crise ou em momentos de transformação. Mariano cita um caso de um grupo de varejo de moda que, há oito anos, estava prestes a fechar sua operação no Brasil. Após a contratação de um novo CEO, a empresa reverteu a trajetória e, em 2024, dobrou o faturamento.

Outro caso envolve um banco familiar que, após a chegada de um executivo selecionado pela Flow, passou por uma reestruturação e alcançou um novo patamar de rentabilidade.

Os números comprovam o impacto do modelo da consultoria. Enquanto a média do mercado aponta que 30% dos CEOs deixam o cargo em até dois anos, 88% dos executivos selecionados pela Flow permanecem na empresa por mais de quatro anos.

O futuro da Flow e do mercado de recrutamento

A Flow opera em um modelo de partnership aberto, em que os sócios são avaliados anualmente com base em desempenho. "Aqui, ninguém tem cadeira cativa. Todo mundo precisa continuar entregando valor", explica Mariano.

Para 2025, a expectativa é manter o crescimento em torno de 30% ao ano, impulsionado pela demanda das empresas por líderes mais preparados para mudanças rápidas no mercado. "As companhias brasileiras ainda escolhem seus executivos de forma muito subjetiva. Nosso objetivo é mudar essa cultura e tornar a seleção de C-levels um processo mais estratégico e baseado em dados", afirma.

O cenário econômico também influencia o setor. Em 2024, a alta rotatividade de CEOs e diretores impulsionou a busca por novos executivos. Para 2025, a tendência é que as empresas continuem priorizando contratações mais assertivas para evitar perdas estratégicas.

"A escolha de um CEO é tão crítica quanto uma fusão ou aquisição. Se a empresa erra, o prejuízo pode ser enorme. Nosso trabalho é garantir que isso não aconteça", diz Mariano.

Acompanhe tudo sobre:Recursos humanos (RH)

Mais de Negócios

Creatina, jogo de lençol e furadeira: lista revela os itens mais comprados por brasileiros em 2024

Eles abriram uma empresa para alegrar cachorros na pandemia. Hoje, faturam mais de US$ 2 milhões

Ela vai faturar R$ 24 milhões resolvendo a maior dor de brasileiros que querem morar na Espanha

MrBeast perdeu 'dezenas de milhões de dólares' com programa na Amazon