Adriano Meirinho - CMO & Co-founder, Marcelo França - CEO & Founder e Thiago Zaninotti - CTO (ordem da esquerda à direita). (Celcoin/Divulgação)
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Publicado em 26 de outubro de 2022 às 07h30.
Última atualização em 26 de outubro de 2022 às 09h18.
A Celcoin nasceu em 2016 com o sonho de promover a inclusão financeira através de tecnologias abertas. Com o objetivo de permitir que milhões de brasileiros pudessem sair das agências e lotéricas e ter acesso a serviços financeiros de forma mais simples, a Celcoin construiu centenas de integrações com concessionárias, operadoras de telefonia, redes de ATMs, sistemas do Banco Central, Detrans e muitas outras opções.
Pouco mais de um ano depois do lançamento e muito antes do termo Banking as a Service (BaaS) se tornar popular, a Celcoin percebeu que havia uma forma de acelerar exponencialmente essa democratização do acesso a serviços financeiros: abrir sua infraestrutura e liberar o acesso a todas essas integrações por meio de APIs abertas.
Com este movimento pioneiro, um grande número de fintechs, neobanks, bancos médios, cartões pré-pagos e private labels pôde se conectar à plataforma Celcoin, e rapidamente conseguiu oferecer serviços que até então eram possíveis somente dentro dos grandes bancos, como pagamento de contas, tributos, recargas, saques e transferências.
Após o surgimento do Pix e do Open Banking, a Celcoin continuou inovando e estendendo a capacidade de sua infraestrutura aberta, o que acabou rendendo comparações com um "Lego" de serviços financeiros. Atualmente, a empresa participa da jornada dos usuários dentro de mais de 250 clientes diferentes, de fintechs a bancos, passando por empresas de varejo e casos “não financeiros”, incluindo vários unicórnios.
Recentemente, passamos a receber com muita intensidade duas demandas: um número cada vez maior de empresas fora do segmento financeiro querendo criar ecossistemas financeiros próprios, e fintechs que querem começar suas operações, mas não querem investir em licenças e sistemas próprios.
Com isso, decidimos lançar nossa mais nova solução: uma camada de core banking ou BaaS que permite que qualquer empresa possa usar uma estrutura de contas vinculada a uma licença bancária interligando todas as APIs que construímos até aqui.
Apesar de já existirem outras iniciativas no mercado, a Celcoin está disponibilizando uma solução que se diferencia especialmente pela sua arquitetura. “Construímos um ‘Open BaaS’, um conjunto de APIs abertas, que suporta as operações de Open Finance do Banco Central que o cliente desejar, tem conectividade nativa com diferentes meios de pagamento [regulados ou não] e a flexibilidade de permitir que nossos clientes possam embutir em um produto operações financeiras [embedded finance]”, destaca Thiago Zaninotti, CTO da Celcoin.
De forma objetiva, a solução de BaaS da Celcoin se diferencia com base em quatro atributos:
Outros atributos que diferenciam o produto dos concorrentes, segundo o CTO da Celcoin, são: estabilidade da plataforma, o alcance (a quantidade de serviços, parceiros, convênios e meios para liquidar), a facilidade e a flexibilidade para integração.
Hoje, algumas fintechs e empresas de outros segmentos já vêm usando a solução de core banking da Celcoin para a construção de ecossistemas fechados. São redes de franquias, empresas de varejo, grupos educacionais, concessionárias, entre outros, que buscam criar ecossistemas fechados para monetizar e fidelizar melhor sua base de clientes e demais partes relacionadas.
Além da nova camada core banking, entre as APIs oferecidas pela Celcoin estão: Pix e todas as suas modalidades (transferências, recebimento com QR Code, saque e troco); Open Banking (iniciação de pagamentos e extração de dados de contas bancárias); pagamento de contas e tributos, recargas de celular, gift cards e jogos, débitos veiculares (IPVA, multas e taxas); depósitos e saques em redes de ATMs; arrecadação de contas em PDVs; emissão e gestão de cobrança recorrente.
A empresa atende mais de 250 fintechs e bancos digitais, como Inter, Stone, Ebanx, PagBank, Mercado Pago, BTG Pactual, Banco Pan, Digio, Neon e BV, mais de 2,7 mil empresas não financeiras, como Intelbras e LaserFast, além de atender diretamente 40 mil pontos de varejo.
Atualmente, a Celcoin movimenta R$ 4 bilhões em transações por mês. Ao longo de 2021, foram transacionados R$ 25 bilhões, mais do que o dobro em relação a 2020. Este ano, a expectativa é chegar a R$ 50 bilhões, segundo o CEO e um dos dois sócios-fundadores da empresa, Marcelo França. Esse número coloca a empresa como a 11ª instituição de pagamento do Brasil em volume de TPV, indicador do volume total de dinheiro transacionado por um meio de pagamento. O faturamento da empresa em 2021 foi de R$ 65 milhões. O segundo trimestre deste ano registrou uma receita de R$ 27 milhões, o que representa uma alta de 78% ante igual período de 2021. Na base anualizada, o faturamento recorrente (ARR, na sigla em inglês) ficou em R$ 122 milhões ao final do primeiro semestre, e a empresa já gera caixa.
E há espaço para crescer nesse mercado. Dados da IMR, Introspective Market Research, empresa de pesquisa e consultoria do mercado de tecnologia, mostram que o Brasil teve uma receita de US$ 1,4 bilhão em 2021.
“Temos três alavancas de crescimento: cada vez mais empresas estão conectadas à nossa plataforma, nossos clientes vêm crescendo e temos uma amplitude cada vez maior de produtos”, aponta França. Com isso, a empresa mantém a expectativa de forte crescimento. “Pavimentamos o caminho para o crescimento de fintechs, entre elas vários unicórnios, e agora estamos levando o embedded finance para um número grande de empresas”, conta o CEO da Celcoin. “E ainda é só o começo.”