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A Ásia agora tem mais bilionários que os Estados Unidos

Encabeçado pela China, o número de bilionários na região é maior que nos EUA pela primeira vez.

Bandeira da China (Fabrizio Bensch/Reuters)

Bandeira da China (Fabrizio Bensch/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 18h08.

As pessoas mais ricas do mundo estão em uma onda de sucessos, e os bilionários na Ásia estão na crista.

O patrimônio bilionário aumentou 17% em 2016, para US$ 6 trilhões, após um declínio no ano anterior, afirmaram a UBS Group e a PricewaterhouseCoopers em um relatório divulgado nesta quinta-feira. Encabeçado pela China, o número de bilionários na região é maior que nos EUA pela primeira vez.

Mas não derrame nenhuma lágrima pelos ricaços dos EUA: os bilionários americanos ainda controlam o maior patrimônio, com US$ 2,8 trilhões.

O ganho no patrimônio bilionário total foi o dobro do aumento de 8,5 por cento registrado pelo MSCI AC World Index.

A expansão econômica da Ásia viu, em média, um novo bilionário ser criado na região a cada dois dias. Caso esse ritmo continue, a Ásia ultrapassaria os EUA como a maior concentração de riqueza do mundo em quatro anos, afirmaram o banco suíço e a empresa de auditoria em uma análise de dados de cerca de 1.550 bilionários.

A rapidez com que o patrimônio bilionário cresce na Ásia dependerá, em parte, de como o investimento estatal na China será substituído por outras fontes de capital, disse o diretor de investimentos da UBS, Mark Haefele, em uma entrevista coletiva em Zurique nesta quinta-feira.

Ascensão da China

“Quando a China vincular seus mercados de capitais ao sistema global, isso terá um impacto muito profundo nos fluxos de capital — inclusive na Europa”, disse ele. A execução das políticas de crescimento do presidente chinês Xi Jinping também influenciará a velocidade em que o patrimônio bilionário asiático total vai superar o dos EUA, disse ele.

Uma combinação entre a estabilidade geopolítica na Grande China, o aumento de preço dos imóveis chineses, os investimentos em infraestrutura, a crescente classe média e a animação dos preços das commodities aumentou a riqueza, informou o relatório da UBS, citando entrevistas com as pessoas mais ricas da Ásia.

Três quartos dos novos bilionários do mundo provêm da China e da Índia. O número de bilionários da Ásia aumentou em 117, totalizando 637, e o patrimônio das pessoas que se tornam bilionárias por esforço próprio cresce mais rapidamente do que o daquelas que se tornaram ricas através de laços familiares. Os EUA adicionaram 25 bilionários, e o total chegou a 563.

“Na China, um bilionário é criado a cada três semanas”, disse Qiong Zhang, chefe de gestão de patrimônio da UBS Securities na China, em entrevista. “Para muitos da primeira geração de empresários, um foco importante é levar a empresa aos mercados de capitais, arrecadar fundos e realizar fusões e aquisições”, disse ela, acrescentando que o banco suíço vê a Grande China como um mercado “crucial” de gestão de patrimônio.

O número de bilionários da Europa ficou praticamente inalterado, em 342, em parte devido à morte e porque “companhias empreendedoras podem considerar a Europa como um lugar difícil para fazer negócios, devido à cultura empresarial conservadora e a regulamentos rígidos”, afirmou a UBS.

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