Yan Di e Zhen Zhang, sócios da paulistana Mobocity: projeção de faturamento de até 20 milhões de dólares em 2022 com clientes globais como Bytedance, dona do TikTok (Divulgação/Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 26 de maio de 2022 às 10h00.
Até pouco tempo um dos principais executivos de operações da gigante Alibaba no Brasil, o chinês Yan Di foi um dos responsáveis por popularizar o hábito de comprar online diretamente de vendedores da China.
E, de quebra, Di colaborou para tornar o AliExpress, operação de marketplace do Alibaba em que ele foi country manager de 2020 para cá, uma marca conhecida país afora.
Vide o fato de o Brasil estar entre os cinco maiores mercados do AliExpress no mundo graças a adaptações no serviço para atender a hábitos de consumo dos brasileiros, como a permissão para pagamento por boleto bancário e Pix.
Agora, os olhos de Yan Di, que também acumula passagens pelas operações de Huawei e Baidu no Brasil, estão voltados para o live commerce, uma definição para todo tipo de entretenimento online com a oferta de produtos como pano de fundo.
Faz parte do conceito de live commerce de dancinhas e outras gracinhas feitas por micro influenciadores dispostos a mostrar de um jeito gracioso as vantagens de um produto até grandes produções como os shows online feitos pela varejista Magalu nas últimas edições da Black Friday — no ano passado, a festa teve Anitta, Luisa Sonza, Léo Santana, Jorge e Mateus e o comando do apresentador Luciano Huck.
A moda do live commerce ganha força no Brasil na esteira do sucesso lá fora. Hoje em dia, o formato de vendas é responsável por 20% da receita do comércio eletrônico na China — o equivalente a 2,1 bilhões de reais, 13 vezes a receita do e-commerce brasileiro no ano passado.
Tudo isso levou Di a assumir, neste mês, o comando da Mobocity, uma agência de marketing de influência aberta em 2016, em São Paulo, pelo conterrâneo Zhang Zhen, também fundador da Influu, outra agência de marketing digital.
Atualmente, a Mobocity atende clientes nacionais e internacionais como as empresas de tecnologia globais Bytedance (dona do TikTok), Kwai e Tencent, e as brasileiras ClickBus e Alice.
O negócio da Mobocity é desenvolver quatro tecnologias úteis aos interessados nas vendas online.
A primeira delas é a LaaS, um sistema para transmitir uma live commerce com a marca da empresa contratante do serviço — uma espécie de "TV Shoptime" personalizada ao gosto do cliente. Há ainda o LiveHub, um software para transmissão, gestão e engajamento de múltiplas sessões simultâneas em diferentes redes sociais de live em tempo real.
Por fim, a LiveAnalytics, uma plataforma de análise de dados em tempo real para otimizar instantaneamente a performance das lives, e o AutoTrade, marketplace de automatch entre anunciantes e microinfluenciadores — perfis de influenciadores que possuem normalmente altas taxas de engajamento e de conversão.
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“O mundo está mudando. Os dados de mercado e o comportamento da nova geração de consumidores indicam que o mundo vai ser de lives e vídeos curtos", diz Yan Di.
"As novas tecnologias reduzem consideravelmente a barreira de entrada de participação do usuário, aumentam muito a taxa de engajamento e conversão dos negócios, e se tornarão o novo chassi do mundo digital."
Recentemente, a Mobocity fechou parceria com a rede social TikTok no Reino Unido para ser um dos provedores de tecnologia de live commerce com integração à plataforma.
“Apesar da origem brasileira, já aceleramos a expansão na Europa e a entrada nos Estados Unidos”, diz Zhen Zhang, responsável pela internacionalização da Mobocity. “Queremos levar nossa expertise para mais mercados com o objetivo de transformar essa atual tendência em realidade.”
Nos últimos três anos, a Mobocity expandiu as receitas a uma taxa média de 146% por ano. Em 2022, a empresa espera um faturamento entre 15 e 20 milhões de dólares.