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A aposta de US$ 116 bi da Samsung rumo à supremacia em chips

O negócio no qual a Samsung quer investir é dominado pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., que tem mais da metade do mercado

Samsung: A empresa sul-coreana investe pesado no próximo passo para a miniaturização de semicondutores (Andrew Kelly/Reuters)

Samsung: A empresa sul-coreana investe pesado no próximo passo para a miniaturização de semicondutores (Andrew Kelly/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2020 às 08h00.

Última atualização em 1 de janeiro de 2020 às 09h00.

Gigantes de tecnologia apostam cada vez mais no design de seus próprios semicondutores para otimizar diversas ferramentas, como tarefas de inteligência artificial, desempenho de servidores e duração de baterias móveis. O Google conta com a Tensor Processing Unit, a Apple, com a divisão A13 Bionic, e a Amazon.com opera a Graviton2. O que esses titãs não possuem, no entanto, é uma fábrica para desenvolver os chips dos sonhos.

Já a Samsung Electronics aposta em um plano de US$ 116 bilhões de 10 anos para seu negócio. A empresa sul-coreana investe pesado no próximo passo para a miniaturização de semicondutores, um processo conhecido como litografia com luz ultravioleta extrema (EUV, na sigla em inglês).

É, de longe, a modernização da produção mais cara já planejada pela Samsung, uma tentativa arriscada de ir além do negócio estabelecido de produzir silício comoditizado e de ultrapassar os líderes atuais na indústria de fundição e chips lógicos, que movimenta US$ 250 bilhões.

“Um novo mercado está se abrindo”, disse Yoon Jong Shik, vice-presidente executivo da divisão de fundição da Samsung, durante fórum realizado recentemente em Seul. “Empresas como Amazon, Google e Alibaba, que não têm experiência em design de silício, buscam fabricar chips com suas próprias ideias conceituais, a fim de impulsionar os serviços. Acho que isso traria um avanço significativo para nosso negócio de chips que não são de memória.”

A Samsung é um relativo azarão neste crescente mercado. O negócio de fundição - como é chamada a fabricação de chips para empresas como Google e Qualcomm - é dominado pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., que controla mais da metade do mercado, segundo dados da TrendForce, que mostram a Samsung com participação de 18%.

A TSMC também assumiu a fabricação de processadores da série A da Apple, antes produzidos pela Samsung, que era o parceiro de produção original. A Samsung planeja gastar cerca de US$ 10 bilhões por ano em equipamentos, pesquisa e desenvolvimento na próxima década, mas a TSMC é ainda mais ambiciosa, com investimentos de cerca de US$ 14 bilhões neste ano e no próximo.

“Não é apenas uma questão de vontade”, disse CW Chung, chefe de tecnologia pan-asiática da Nomura Financial Investment, ao avaliar das chances de sucesso da Samsung. “A fabricação de chips é como uma arte composta. A menos que haja suporte suficiente para infraestruturas sociais gerais, seria um objetivo dificilmente alcançável.”

“A complexidade das linhas traçadas pelo equipamento EUV é semelhante à construção de uma nave espacial”, disse ES Jung, presidente e gerente-geral do negócio de fundição da Samsung, ao inaugurar uma fábrica de EUV de US$ 17 bilhões em Hwaseong no início deste ano. A fábrica deve iniciar a produção em larga escala em fevereiro de 2020.

Uma única máquina EUV da ASML Holding custa US$ 172 milhões, e a Samsung monta dezenas delas em Hwaseong, em um esforço para ser a primeira com a tecnologia. Espera-se que a TSMC e a Samsung atinjam processos de produção de 5 nanômetros com EUV em 2020, o que significa que serão as únicas concorrentes em um mercado que deve se expandir.

E, uma vez que se expandam e alcancem economias de escala, o tempo total do ciclo do processo provavelmente diminuirá em 20%, enquanto a capacidade de fundição aumentará em 25%, de acordo com relatório de pesquisa do Citigroup.

--Com a colaboração de Debby Wu.

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