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9 sinais de que um estilo de gestão está ultrapassado

Especialistas consultados por EXAME.com apontam 9 indícios de que um gestor precisa se atualizar


	Máquina de escrever: ter aversão a novas tecnologias é um dos sinais mais claros de que o estilo de gestão de um líder está ficando para trás
 (Getty Images)

Máquina de escrever: ter aversão a novas tecnologias é um dos sinais mais claros de que o estilo de gestão de um líder está ficando para trás (Getty Images)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 14h36.

São Paulo - Um líder com o estilo de gestão ultrapassado pode prejudicar os resultados de uma empresa, desmotivar a equipe e até mesmo perder seus funcionários. Porém, antes que a situação chegue ao extremo, alguns sinais de que ele não está no caminho certo podem ser identificados. Veja nove indicativos de que um gestor já passou da hora de se atualizar, segundo especialistas consultados por EXAME.com. 

1 Ter aversão a novas tecnologias

Talvez esse seja o sinal mais óbvio de que o estilo de gestão de uma pessoa pode estar rumando para uma queda livre. Não dá para ignorar as transformações que o uso de dados e das redes sociais, por exemplo, provocaram na forma de gerenciar empresas e pessoas. De acordo com Fatima Motta, professora do curso de férias da ESPM, se um líder se coloca contra algum novo processo tecnológico, ou fica receoso, com medo, é um sinal vermelho.

 "A geração Y não suportaria trabalhar com um líder que não tem habilidades digitais", endossa Glaucy Bocci, líder da área de gestão da consultoria Towers Watson. 

2 Não buscar novos conhecimentos

Este é outro claro indício de que um chefe está ficando para trás. Não buscar desenvolvimento, não estudar ou não fazer novos cursos é característica de quem é acomodado  ou, pior, que acha que sabe de tudo. "Um líder nunca estará ultrapassado se estiver constantemente instatisfeito", afirma Fatima.

3 Não se preocupar com sustentabilidade

Mais um sinal gritante. Só mesmo não vivendo neste planeta para não dar atenção às questões ambientais. "O gestor que só olha para o benefício imediato de suas ações, sem se preocupar com o quanto a decisão que ele toma afeta a natureza ou o ambiente em que ele vive, seja no âmbito social, político ou econômico; está completamente ultrapassado",  diz Fatima Motta.


4 Não gostar de dar e, muito menos, receber feedback

Segundo a professora Fatima Motta, quem não gosta de receber feedback tem medo de mudança. "Ele (o chefe) não quer saber o que os outros pensam dele porque se sente confortável como está. Não aceita que precisa evoluir em seus comportamentos", afirma. E é o mesmo medo de receber um retorno negativo que, muitas vezes, faz os chefes não quererem dar feedback aos seus subordinados.

"Antigamente, o líder falava e os outros não podiam ter reação. Hoje, a noção de autoridade mudou, então ao dar o feedback, é preciso estar preparado para ouvir" explica Anderson Sant'Anna, coordenador do Núcleo de Desenvolvimento de Liderança da Fundação Dom Cabral. 

5 Ficar sempre na defensiva

Sabe aquela pessoa que, ao ser apresentada a algum problema, tem sempre uma justificativa    e não uma solução   na ponta da língua? "É o chefe que, em uma reunião, se limita a apresentar o que ele já fez, como quem diz 'isso não é comigo', em vez de falar o que ele pode fazer para ajudar", define Fatima. 

6 Estar preso à hierarquia

É aquele chefe que acha que o seu subordinado deve cumprir uma tarefa só porque ele está mandando e, ao mesmo tempo, só faz o que o seus superiores pedem. "Ele se prende ao poder coercitivo da hierarquia, não é positivo", diz Fatima.

"A liderança, hoje, precisa estar mais próxima das pessoas. Ao invés de tomar decisão de cima para baixo, como no passado, o gestor precisa buscar trabalhar em times, gostar de brainstorms, de trocar informações", diz Glaucy Bocci.

7 Não ter uma visão "multicultural"

Não se trata de morar em outros países, mas de estar disposto a conhecer culturas diferentes e ampliar os conhecimentos. "Também não adianta ir para Nova York  e Miami fazer compras. Trata-se de conhecer, por exemplo, o deserto do Atacama e entender como aquele povo vive, de abrir a cabeça para outras relidades", diz a professora Fatima Motta. 

É preciso também ter a habilidade de atuar globalmente, de entender como outras culturas trabalham. "Hoje, a geografia não é mais um empecilho. Não é preciso se deslocar. Com um clique, você vence as fronteiras do mapa mundi", concorda Glaucy Bocci.

"Não se interessar por nada além dos negócios, como literatura ou música, também não é saudável. São essas multifacetas que compõem o modelo mental de um líder que agrega: que têm uma visão ampla de todas as questões, sejam artísticas, econômicas, ou culturais", completa. 


8 Achar que os funcionários estão "descomprometidos"

Aquele líder que sempre acha que a sua equipe está descomprometida, deve ficar atento. O problema, na verdade, pode estar com ele. "As pessoas sempre estão comprometidas com alguma coisa. Talvez o líder não esteja conseguindo detectar qual é o comprometimento que existe ali", diz Anderson Sant'Anna.

Segundo ele, pode acontecer de o gestor sustentar o imaginário de um modelo de funcionário que não exise mais: o que busca principalmente a segurança no emprego. "Hoje, mais do que isso, as pessoas querem ser reconhecidas, ter potencial de crescimento, se autodesenvolver, expressar suas opiniões", pondera. 

9 Não ouvir a equipe

O tempo do "manda quem pode, obedece quem tem juízo" está com os dias contados  se é que ainda não teve fim. "Hoje, o contexto maior é de subjetividade, inovação, criação, empreendedorismo. As pessoas querem se expor, se colocar. Mas o gestor às vezes só pensa nos resultados e esquece que são as pessoas que geram os resultados", diz Anderson Sant'Anna. 

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