São Paulo – Para as empresas, momentos de crise e retração de mercado significam corte de custos, demissões, desinvestimentos e cautela de decisões. Mas também de boas oportunidades para comprar concorrentes e unir negócios. Reunimos, a seguir, oito grandes acordos fechados de janeiro a abril deste ano. Alguns deles, inclusive, foram tidos como emblemáticos em suas áreas, como o da compra da Kraft pela Heinz. Veja nas imagens quais foram eles.
Valor do negócio: US$ 69 bilhões A petroleira Shell anunciou, em 8 de abril, a compra da britânica BG em um negócio que soma aproximadamente 47 bilhões de libras - quase US$ 69 bilhões. A operação envolve o pagamento em dinheiro e entrega de ações da companhia anglo-holandesa aos acionistas da BG. A união das duas empresas é avaliada como o maior negócio entre empresas do setor de energia e gás da década e criará um novo gigante mundial do segmento.
Valor do negócio: US$ 41 bilhões O fundo 3G Capital, dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, e a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, anunciaram a fusão da Heinz com a Kraft Foods. A operação dará origem a quinta maior empresa de alimentos do mundo. A nova companhia, batizada de Kraft Heinz, terá faturamento combinado de 28 bilhões de dólares.
Valor do negócio: 15,6 bilhões de euros No dia 15 de abril, a companhia finlandesa Nokia comprou todas as ações da rival francesa Alcatel-Lucent por 15,6 bilhões de euros. O negócio, considerado o maior do setor em mais de uma década, acabou por criar um gigante de tecnologia com faturamento bilionário e mais de 100.000 funcionários, entre outros números impressionantes.
Valor do negócio: US$ 11,8 bilhões Em março, a holandesa NXP comprou a rival Freescale Semiconductor, outra grande empresa do segmento de semicondutores, por um valor estimado de US$ 11,8 bilhões. A fusão acabou por criar uma empresa avaliada em cerca de 30 bilhões de dólares, com estrutura competitiva para operar na América e Europa.
Valor do negócio: US$ 7,9 bilhões Reguladores da União Europeia aprovaram, em abril, a compra dos ativos portugueses da Oi pelo grupo de telecomunicações Altice por US$ 7,9 bilhões. A condição para o negócio foi a da Altive vender seus demais negócios em Portugal. A transação fez parte de um grande imbróglio entre acionistas. A brasileira Oi, dona de parte operacional da PT, defendia que a venda de ativos fortaleceria os negócios de ambas nos países em que operam. Alguns sócios discordavam tanto da venda quanto do valor em jogo. A aprovação em assembleia da venda aconteceu em janeiro, depois de concluída a fusão “jurídica” entre as duas empresas de telecom.
Valor do negócio: US$ 1,5 bilhão O fundador do Cirque du Soleil, Guy Laliberté, vendeu um dos circos mais famosos do mundo por US$ 1,5 bilhão, em abril. O negócio foi comprado por um grupo de investidores formado pelo fundo de private equity norte-americano TPG, o fundo de pensão canadense Caisse de dépôt et placement du Québec e o empresário Mitch Garber. A chinesa Fosun Capital também faz parte do consórcio e promete ajudar a expandir o Cirque du Soleil no país asiático.
Valor do negócio: R$ 1,8 bilhão O Cade aprovou a compra do negócio de laticínios da BRF pela Lactalis do Brasil, controlada pela Parmalat, transação aprovada pelo valor de R$ 1,8 bilhão. A operação abrange ainda a aquisição indireta, pela Lactalis Brasil, de metade do capital social da empresa que eram da BRF.
Valor do negócio: US$ 1,1 bilhão A farmacêutica Horizon Pharma comprou a então concorrente Hyperion Therapeutics por US$ 1,1 bilhão em 30 de março. A aquisição incluirá dois tratamentos para condições raras ao portfólio da Horizon, que ainda poderá ampliar a infraestrutura para doenças “órfãs” – aquelas de condições raras, que não costumam receber investimentos de pesquisas.
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