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No que as empresas devem focar para crescer em 2015

A consultoria Strategy& elaborou um guia que as companhias devem seguir para enfrentar os desafios do ano que vem e se manter competitivas


	Foco: a primeira coisa que as empresas devem fazer é perceber (e investir) onde elas se destacam das outras
 (Stock.xchng)

Foco: a primeira coisa que as empresas devem fazer é perceber (e investir) onde elas se destacam das outras (Stock.xchng)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 09h46.

São Paulo - O ano de 2015 será desafiador para a economia brasileira e consequentemente para as empresas que atuam no país. 

A inflação, a desacelaração do crescimento e o aumento gradual dos juros observados recentemente causam impacto no consumo e endividamento das famílias e devem afetar as companhias em cheio, segundo estudo da Strategy& (antiga Booz & Company).

A partir desse cenário e com base em sua experiência prática, a consultoria elencou oito principais pontos em que elas devem se concentrar ao longo do ano que vem para se manterem competitivas. Veja o guia:

1.     Valor em foco

Identificar o que a empresa faz de melhor e mais diferente vai ajudá-la a concentrar os investimentos nos nichos certos – o que traz uma probabilidade maior de ganhos no futuro.

2. Longo prazo

Definir quais temas realmente são relevantes para o negócio é essencial em épocas de crise. Trata-se de reconhecer, além dos aspectos financeiros e empresariais, em que atividades a empresa se sai melhor e qual o impacto disso para a sociedade.  

3. Ideias divididas

Encontrar atividades de menor valor agregado que possam ser geridas com ajuda de empresas parceiras, tanto no âmbito das ideias quanto na parte financeira. O intuito é conseguir vantagens em qualidade e quantidade.

4. Negócio simplificado

De acordo com a Strategy&, muitas empresas brasileiras cresceram rapidamente nos últimos anos, principalmente por meio de aquisições, e, com isso, acabaram adquirindo estruturas e processos complexos. Esse item trata da necessidade de revisar e simplificar as configurações.

Faz parte da reestruturação acabar com atividades que não agregam valor e consolidar áreas semelhantes, ações que vão eliminar cargos e custos desnecessários.

5. Recursos otimizados

Melhorar as estruturas fiscais e de utilização de capital, principalmente de giro.

6. Ser digital

A consultoria tem observado que muitas empresas estão automatizando suas funções com base em modelos de relacionamento e execução antigos.

O que ela sugere, então, é repensar esses sistemas e estabelecer diferentes formas de relacionar com a "geração conectada", que busca e adquire produtos e serviços de um jeito diferente do que acontecia no passado.

Ou seja: as companhias precisam ser realmente digitais e usar as novas tecnologias como instrumento para melhorar a satisfação dos clientes.

7. Venda segmentada

Para a consultoria, as empresas no Brasil tem uma maneira padronizada de atender clientes. Isso faz com que o valor gerado por uma parcela pequena de consumidores seja destruído pela maioria.

Por exemplo: um serviço pode ser considerado deficiente por clientes que aceitariam pagar muito por ele, ao mesmo tempo em que pode ser visto como caro por outros que não valorizam parte dos atributos que ele oferece.

Para a consultoria, esse tipo de paradoxo se acentua à medida em que a disparidade econômica se acentua.

O que é proposto, então, é que as organizações segmentem suas ofertas de acordo com seu público e, assim, aproveite melhor seus recursos.

8. Revisão de insumos

A Strategy& recomenda que as empresas revejam a forma como contratam seus insumos. Isso passa pela definição clara do papel das áreas de negócios e de compras.

Segundo a consultoria, é necessário revisar não só a demanda de cada insumo, como também os pré-requisitos para a contratação de fornecedores (que devem ir além do melhor preço).

Como chegar lá

Para colocar as oito mudanças em prática, a consultoria sugere a metodologia "Fit for Growth". Ela começa pela definição dos objetivos da empresa (feita em conjunto com o cliente) e da consciência de seus diferenciais em relação ao mercado.

Isso define, entre outras coisas, quanto a empresa tem de investir para se destacar e quanto teria de custo para manter sua operação.

Feitas essas diferenciações, parte-se para a segunda etapa, na qual é traçado o plano de implementação das mudanças e estimado o tempo necessário para atingir os resultados. A consultoria destaca que é importante estabelecer algumas conquistas de curto prazo para que o programa seja autossustentável.

Para garantir que tudo será colocado em prática, a Strategy& indica a criação de uma estrutura de governança que acompanhe o andamento das iniciativas e tenha controle de todos os impactos financeiros que elas trarão.

Depois disso, é hora de colocar a mão na massa. A execução bem-sucedida depende, segundo a consultoria, de um time sênior ativo e engajado nas propostas e do gerenciamento através de métricas -  além, é claro, de uma mudança cultural em toda a empresa.

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