8 empresas que permitem (e estimulam) o home office
Melhora da mobilidade e ampliação da qualidade de vida são apontadas como principais vantagens do trabalho remoto - que pode resultar em economia para a empresa
Economia e qualidade de vida (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2014 às 11h22.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h33.
São Paulo – O trabalho remoto já foi considerado uma estratégia para quem queria trabalhar menos, hoje é tido quase como uma exigência dentro das empresas. O trânsito caótico das cidades e o apelo por um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional têm feito as empresas repensarem suas estratégias de gestão de pessoas. Surpreendentemente, além de agradar aos funcionários, a prática do chamado home office pode render economia para os bolsos das empresas. Veja, a seguir, oito organizações que já praticam o trabalho remoto de formas diferentes.
Na Ticket, a política de trabalho remoto é consolidada para a força de vendas. Desde 2000, o home office integral é oficial na companhia. Segundo Eduardo Távora, diretor regional de vendas para Norte e Nordeste, a necessidade partiu da chegada de novos concorrentes ao mercado. “Construir filiais não atendia às nossas premissas de redução de custo. Então o trabalho remoto surgiu naturalmente”, afirma. O resultado é claro - as receitas de vendas novas aumentaram em 40% e a economia chega a 3,5 milhões por mês com apenas 150 pessoas em regime remoto. Para colaborar, a empresa monta a mesa do funcionário em casa, incluindo mesa, cadeira, telefone, computador e até mesmo o custo do gasto de energia é reembolsado por um cálculo previamente definido. Caso o funcionário já tenha todo o equipamento, ele recebe o dinheiro para fazer as adaptações necessárias.
Há quase 10 anos em prática, o trabalho remoto não é uma grande novidade na 3M. O benefício, no entanto, não é para todos os funcionários – a equipe de vendas é a única a trabalhar integralmente em home office. José Fernando do Valle não nega que o contato com os funcionários sai prejudicado. “Realmente, essa é uma dor que nos assola”, diz.
Para compensar, uma vez a cada três meses, os diretores vão às regionais, passam um dia visitando clientes, falando de resultados e trazendo o grupo para a realidade da matriz. A empresa fornece notebook e iPhone a todos os remotos – no momento, começam a implantar, também o iPad.
O Work Place Innovation é um conceito inovador que hoje marca os escritórios da Philips no mundo todo. A disponibilidade de soluções integrais de tecnologia e telecomunicações aos funcionários em ambiente remoto surge justamente para dar infraestrutura para o trabalho remoto. A empresa já quase não tem telefones fixos nem computadores que não sejam portáteis. São quatro níveis quanto ao local de trabalho. Segundo Renato Barreiros, diretor de recursos humanos da empresa, apenas 15% dos funcionários têm local fixo no escritório, devido à natureza de sua atividade. Uma outra parcela passa 20% do seu tempo fora do escritório – que seria equivalente a uma vez por semana. Cerca de 800 funcionários têm políticas estabelecidas de trabalho remoto e outros 150 são os chamados "full mobile" – totalmente móveis, que passam 90% do tempo fora do escritório. O acordo com os sindicatos foi a forma que a Philips encontrou de resolver os possíveis entraves trabalhistas decorrentes da opção. “Fizemos um acordo deixando bem claro o que pode ou não ser feito, a elegibilidade dos funcionários, entre outros temas, até que conseguimos implementar a modalidade.”
O controle de jornada é o principal obstáculo encontrado pela Unisys para implantar o trabalho remoto de forma integral na empresa. “O excesso de controle do governo sobre a jornada acaba dificultando muito”, diz Adriana Albuquerque, diretora de recursos humanos da Unisys Brasil. A empresa oferece essa opção aos funcionários em boa parte das atividades. “Organizamos conforme necessidade. Sabemos que o funcionário vai gostar um pouco mais da empresa se puder trabalhar tranquilo em casa, com qualidade de vida”, afirma. Quem mais desfruta do benefício são os mais velhos, que querem ficar mais tempo em casa para acompanhar os netos e acomodar melhor a vida pessoal ao trabalho.
Ao contrário da unidade norte-americana, no Brasil, o trabalho remoto ainda está amadurecendo na Softtek Brasil. Do corpo de funcionários, 20% trabalha em casa em algum período da semana, mas “isso fica sempre a critério da natureza do trabalho e do nível de autonomia do funcionário”, diz Letícia Cupertino, gestora de recursos humanos. “Por exemplo, os funcionários muito jovens não têm esse benefício”, diz.
A Avaya não tem uma política formalizada de trabalho remoto, no entanto, a flexibilidade é a chave da prática. “Todas as posições para home office precisam de aprovação prévia do gestor, já que nem todos são elegíveis”, diz Laura Lafayette, diretora de recursos humanos da Avaya Brasil. “As decisões são sempre baseadas no negócio em que a pessoa trabalha.” No departamento de Recursos Humanos, Laura conta que o home office já está estabelecido duas vezes por semana para toda a equipe. “Muitas baias estão abertas, então já estamos avaliando uma redução do espaço físico.”
Em 2012, a AES Brasil investiu pesado na mudança de cultura com os gestores em prol do trabalho remoto. A mudança de sede da empresa obrigou uma redução de 20% no número de postos de trabalho, então mandar o funcionário para o home office virou uma questão imperativa. Todos os dispensados da marcação de ponto são elegíveis. “Por conta dos critérios trabalhistas, fica mais difícil contar as horas do trabalho remoto de quem marca ponto”, afirma Ricardo Silvarinho, diretor de Recursos Humanos da empresa. Antes de lançar a política aos funcionários, os gestores foram devidamente treinados, para que a prática se mantivesse saudável dentro da organização. “Liberdade é sinônimo de responsabilidade. Não podemos infantilizar a relação entre gestor e funcionário”, afirma.
Na Locaweb, marketing, tecnologia e comercial são elegíveis ao trabalho remoto – que não é oficialmente institucionalizado, mas totalmente negociado entre os funcionários. Cerca de 30% dos funcionários pratica o home office. Segundo a empresa, o fato de atuarem em tecnologia faz com que sejam naturalmente inclinados a admitir o trabalho remoto – que é praticado desde o início das operações da empresa.
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