Negócios

70% dos trabalhadores do Twitter são homens

O dado reforça a preocupação de que não há suficiente diversidade no Vale do Silício


	Twitter: mulheres representam apenas 10% da força de trabalho voltada à tecnologia
 (Kacper Pempel/Reuters)

Twitter: mulheres representam apenas 10% da força de trabalho voltada à tecnologia (Kacper Pempel/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2014 às 14h31.

São Francisco - A Twitter Inc. revelou que 30 por cento de sua força de trabalho é composta por mulheres, uma proporção em sintonia com outras empresas de tecnologia, o que reforça a preocupação de que não há suficiente diversidade no Vale do Silício.

As mulheres representam 21 por cento da liderança da Twitter e apenas 10 por cento de sua força de trabalho voltada para a tecnologia, disse Janet Van Huysse, vice-presidente de diversidade e inclusão da empresa, em publicação de blog ontem. Há cerca de 3.000 funcionários na Twitter Inc. e quase 90 por cento são brancos ou asiáticos, disse a empresa.

Twitter, que possibilita que os usuários compartilhem on-line mensagens breves, fotos e vídeos, é a mais recente empresa de tecnologia de alto perfil a fornecer dados sobre sua força de trabalho. Facebook Inc., Yahoo! Inc., Google Inc. e LinkedIn Corp. fizeram divulgações semelhantes desde maio.

Um desafio essencial para as empresas de tecnologia é, em primeiro lugar, encontrar mais diversidade de candidatos para preencher as vagas, de acordo com Miguel Unzueta, professor associado da Faculdade de Administração Anderson, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

“Os membros de grupos minoritários realmente têm acesso a formação de qualidade inferior desde pequenos e isso geralmente implica uma capacitação inferior em ciência e tecnologia, então acho que isso começa em uma tenra idade”, disse Unzueta. “Os resultados podem ser observados nas Googles e Twitters do mundo, mas acho que isso começa muito antes, no sistema educacional”.

Twitter, com sede em São Francisco, disse que está tomando medidas para melhorar, como um recrutamento ativo em comunidades pouco representadas, como as universidades para mulheres. A empresa também está estabelecendo parcerias com organizações como a Girls Who Code para aumentar a diversidade.

Diversidade no Vale

Os dados também mostram que a falta de diversidade no Vale do Silício vai além dos empregos relativos a software e engenharia.

No novo relatório da Twitter Inc., as mulheres estão melhor representadas entre os empregos não técnicos, com a metade dos cargos. Os negros representam apenas 2 por cento da força de trabalho total e os latinos, 3 por cento.

“Somos plenamente conscientes de que a Twitter Inc. é parte de um setor marcado por grandes desequilíbrios em termos de diversidade”, escreveu Van Huysse, que disse que assumiu um novo cargo depois de dirigir o departamento de recursos humanos da empresa durante quatro anos. “E não somos uma exceção”.

Em dezembro, Twitter agregou sua primeira diretora, Marjorie Scardino, ex-CEO da Pearson Plc, após o surgimento de questionamentos sobre a diversidade no conselho. A ausência de mulheres no conselho da Twitter era “uma piada”, disse Sallie Krawcheck, ex-executiva do Bank of America Corp., um mês antes da nomeação de Scardino, em uma conferência da Bloomberg LP. Isso demonstrava que o Vale do Silício não era melhor que Wall Street em termos de representação feminina, disse.

Para Twitter é um bom negócio que sua força de trabalho seja o reflexo “do contexto amplo e variado” dos usuários de todo o mundo, disse Van Huysse.

Acompanhe tudo sobre:EmpregosEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetInternetMulheresRedes sociaisTwitter

Mais de Negócios

Startup cria "programa de fidelidade" para criadores de conteúdo e times de futebol

Sem antenas, mas com wi-fi: esta startup chilena quer ser a "Netflix" da TV aberta

Esta empresa carioca fará R$ 100 milhões servindo (uma boa) comida de hospital

O retorno dos CDs e LPs? Lojas de música faturam R$ 14,7 milhões no e-commerce em 2024