São Paulo – Queda nos lucros, redução no ritmo de crescimento de vendas, revisão de estimativas – os balanços do primeiro trimestre revelaram diversos sinais que foram interpretados pelos analistas como indícios de uma desaceleração econômica. Um ponto que chama, cada vez mais, a atenção é um eventual aumento da inadimplência. Empresas de diversos setores já se tomaram medidas contra isso, neste trimestre, e aumentaram a provisão para devedores duvidosos – o jargão contábil para o dinheiro que uma empresa reserva para cobrir possíveis calotes de clientes. Clique nas fotos e veja sete empresas que já se armaram contra a inadimplência:
O Itaú elevou em 37,7% as despesas de provisão para créditos duvidosos, subindo para 6,031 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano, ante 4,38 bilhões no mesmo período do ano passado. A inadimplência de pagamentos atrasados há mais de 90 dias subiu foi de 5,1%, uma alta de 0,9 ponto percentual sobre o mesmo período de 2011, quando ficou em 4,2%.
O Magazine Luiza aumentou em mais de 100 milhões de reais a provisão para devedores duvidosos, entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano. Em valores, passou de 333,4 milhões de reais para 467,5 milhões. A medida é para se precaver de eventuais calotes na carteira de crédito da Luizacred, a financeira da varejista. O salto no provisionamento, porém, acompanha a expansão da carteira da empresa, que passou de 2,4 bilhões para 3,3 bilhões de reais no período. Por isso, o valor provisionado, que representava 13,8% da carteira total em março de 2011, agora equivale a 14%.
No Bradesco, o índice de inadimplência para dívidas vencidas há mais de 90 dias chegou a 4,1% no final do primeiro trimestre. A porcentagem indica uma alta de 0,5 ponto percentual sobre o mesmo período do ano passado. Em resposta, o banco elevou em 31,1% as despesas com provisão para devedores duvidosos na mesma comparação. No primeiro trimestre deste ano, essa conta ficou com 3,094 bilhões de reais, ante 2,36 bilhões em março de 2011.
A Oi provisionou 200 milhões de reais para devedores duvidosos no primeiro trimestre. A cifra é 22,7% maior que a do quarto trimestre. Segundo a operadora de telefonia móvel, o aumento reflete a tendência de maior inadimplência dos clientes no início do ano, já que os clientes ficam sobrecarregados com outros gastos pessoais. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, porém, houve redução de 26,5% no valor provisionado. A empresa afirma que a queda foi motivada por um sistema mais eficiente de cobrança, sobretudo no segmento corporativo.
Um dos maiores grupos de ensino do país, a Estácio de Sá também tomou providências em relação aos inadimplentes. A Estácio provisionou 14 milhões de reais no primeiro trimestre para devedores duvidosos. A cifra equivale a 4,2% da receita líquida do período, 330,6 milhões de reais. Como comparação, basta lembrar que, no mesmo trimestre do ano passado, a provisão para inadimplentes foi de 5 milhões de reais, ou 1,9% da receita líquida da época, 256 milhões de reais.
No primeiro trimestre, o Santander registrou um aumento de meio ponto percentual no índice de inadimplência, para pagamentos com atraso superior a 90 dias. Com isso, o índice subiu para 4,5% da carteira total de crédito. A inadimplência também pesou nos resultados do banco no país. Para se precaver, o banco elevou as despesas de provisão para créditos duvidosos. A conta saltou 44,3% sobre o mesmo período do ano passado – subiu de 2,142 bilhões de reais para 3,091 bilhões.
O Kroton foi outro grupo educacional a elevar suas provisões contra eventuais calotes. No primeiro trimestre, o grupo contabilizou 15,0 milhões de reais como despesas de provisão de devedores duvidosos. Quando comparados aos 7,169 milhões do mesmo período do ano passado, a cifra representa um salto de 121,8%. O Kroton não fornece dados sobre a evolução do índice de inadimplência. Na apresentação para analistas, a empresa atribuiu o aumento das provisões a uma postura “mais conservadora”.
Fundada em Belo Horizonte, Woba aluga escritórios compartilhados, os chamados coworkings. A aposta, agora, é crescer na organização de eventos corporativos em espaços diferentões, como bares e até cinemas
A paulista Evoy Consórcios cresceu mais de 400% em 2024, superando em quatro vezes a média do setor. O segredo? Tecnologia e mais transparência para o cliente