Lucia Maggi: co-fundadora e membro do conselho da Amaggi, uma das principais exportadoras de soja do mundo. (Amaggi/Divulgação)
Jornalista
Publicado em 11 de outubro de 2022 às 09h30.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 14h56.
Após divulgar, em abril, o 36º ranking anual das pessoas mais ricas do planeta, a Forbes publicou, recentemente, a lista dos maiores bilionários do Brasil em 2022. Em ambos os anuários, a predominância masculina é notável.
Para se ter ideia, dos 284 nomes que compõem o ranking de bilionários brasileiros em 2022, apenas 58 são mulheres. “Um recorte modesto, mas um avanço frente seis anos atrás, quando a presença feminina se limitava a 32 nomes”, diz a revista.
Dentre as figuras que ajudaram a aumentar a presença feminina na lista deste ano, está Lucia Borges Maggi, uma das personalidades mais notáveis do agronegócio brasileiro. Com uma fortuna estimada em U$$7,1 bilhões (cerca de R$36,9 bilhões), a empresária aparece em sexto lugar dentre as mulheres mais ricas do Brasil e ocupa a 50º posição na lista geral de brasileiros.
Mas como ela chegou até aqui? É o que te contamos abaixo.
Lucia Maggi é co-fundadora e membro do conselho da Amaggi, uma das principais exportadoras de soja do mundo. A história da empresa começou em 1977, em São Miguel do Iguaçu (PR) – quando Lúcia e seu marido, André Maggi, fundaram a Sementes Maggi, uma empresa inicialmente especializada no plantio e comércio de soja.
Dois anos depois, o casal adquiriu sua primeira propriedade em Mato Grosso e mudou a sede da organização para Rondonópolis, cidade a 210 km da capital do estado. Aos poucos, a dupla começou a expandir as áreas de atuação do negócio e decidiu investir em outras commodities também. Começava, assim, a transformação da companhia em um dos maiores impérios do agronegócio brasileiro.
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Desde a morte de seu marido, em 2001, Lucia Maggi atua como membro consultivo do conselho de administração da empresa – que, em 2008, iniciou seu processo de internacionalização com a abertura do primeiro escritório comercial no exterior, em Roterdã, na Holanda.
Hoje sob o nome Amaggi, a empresa é responsável pelo processamento e comercialização de grãos, geração de energia elétrica e operações logísticas – e é considerada uma das principais exportadoras de soja do mundo. Na safra 2020, foram mais de 1 milhão de toneladas de grãos e fibras produzidos em aproximadamente 258 mil hectares.
A família Maggi está longe de ser a única a construir um império com base no agronegócio. Dos 290 nomes presentes na lista de pessoas mais ricas este ano, 54 são ligados ao setor. Isso significa que praticamente 20% dos bilionários do país vêm do agro – o que não é de se estranhar, dada a relevância histórica do setor para a economia do país.
Locomotiva da economia nacional durante a pandemia, o agronegócio chegou a representar cerca de 30% do PIB do país em 2021 e, ao que tudo indica, continua representando um terreno fértil para o surgimento de carreiras e negócios milionários. Não à toa, o setor foi um dos 10 mais citados por especialistas no relatório World Wealth Report, da consultoria Capgemini, que listou as áreas com maior probabilidade de gerar milionários na próxima década.
E a boa notícia é que, devido ao caráter mais tecnológico do agro nos últimos anos, já não é preciso viver no campo ou ter formação em áreas correlatas (como veterinária ou agronomia) para ingressar no setor. Hoje, mesmo alocados em grandes centros urbanos, engenheiros, economistas, desenvolvedores, administradores, comunicadores e profissionais de diferentes áreas de formação podem encontrar no agronegócio uma oportunidade de mudar de carreira e conquistar salários atrativos – que podem chegar à casa dos R$25 mil mensais, segundo o agregador de dados Glassdoor.
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