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68% das maiores empresas enxergam riscos relacionados à água

Estresse hídrico (ou escassez) é o que mais preocupa as companhias


	Essencial: 22% das empresas pesquisadas acreditam que os problemas relacionados à água podem limitar o crescimento dos negócios
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Essencial: 22% das empresas pesquisadas acreditam que os problemas relacionados à água podem limitar o crescimento dos negócios (.)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 15h54.

São Paulo – Praticamente todas as empresas consomem água em seu processo produtivo, de forma que a escassez do recurso, a má qualidade ou os custos elevados de captação podem comprometer a própria oferta de bens e serviços. É uma relação fácil de entender, porém negligenciada nas estratégias de negócio por muito tempo. Não mais.

Dois terços das maiores empresas do mundo já relatam preocupação com riscos associados à gestão da água, que poderiam afetar substancialmente suas atividades, operações e receitas.

É o que mostra o último relatório global sobre água produzido pelo CDP, organização internacional que atua junto a investidores e companhias de todo o mundo para prevenir as mudanças climáticas e proteger os recursos naturais.

Enquanto 68 por cento das empresas que responderam à pesquisa acreditam que a água é fator de risco para seus negócios, 22% disseram que as questões em torno do recurso podem limitar seu crescimento.

A análise baseia-se nos dados de gestão da água de 174 empresas listadas na FTSE Global 500 Equity Index, índice que reúne as 500 companhias com maior capitalização na Bolsa de Valores de Londres.

O levantamento foi feito a pedido de 573 investidores institucionais que, juntos, somam 60 trilhões de dólares em ativos, refletindo uma crescente atenção dos acionistas para os desafios da água.

http://cf.datawrapper.de/JxlGj/4/

Para quase metade (43%) das empresas, os riscos relacionados à água deverão ter um impacto nos próximos três anos – resultando, por exemplo, no encerramento das operações, prejuízo à imagem e redução de valor para o acionista. Um terço delas acredita que osefeitos serão sentidos em menos de um ano.

Além disso, o relatório destaca que as pressões de água serão mais fortemente sentidas nos mercados emergentes, onde as empresas vêem novas oportunidades de crescimento, como o Brasil, China, Índia e México. As empresas que não gerirem bem o recurso podem rapidamente encontrar-se em desvantagem competitiva.

Felizmente, elas já começam a responder a este risco. Três quartos das companhias disseram avaliar como a qualidade e a quantidade da água afetam sua estratégia de crescimento. Na lista estão gigantes como a Diageo, a H&M, a Merck e a Unilever.

Essa mudança vem acompanhada de uma nova abordagem: para 62% dos entrevistados, a água deixou de ser um problema operacional, restrito a decisões setoriais, e passou a ser discutido no nível de diretoria. Essa taxa era de 58% em 2013.

Atualmente, segundo o relatório, a grande maioria das empresas (90%) integra a água em suas estratégias de negócios e 82% possuem metas de ajustes para reduzir o consumo do recurso.

No entanto, apesar da mudança de postura, quarenta e dois por cento das empresas solicitadas pelos investidores a divulgar informações relacionadas com os riscos de água não o fizeram. Conforme a pesquisa, as empresas de energia têm o menor nível de divulgação.

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