O que fica no papel é prejuízo. Em 2009, 46% das empresas investiram de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões na área de projetos (.)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2010 às 19h05.
São Paulo - Ao contrário do que muitos podem imaginar, a falta de conhecimento técnico na execução de projetos das empresas não representa um grande desafio para as companhias. É o que aponta um estudo de benchmarking em gerenciamento de projetos feito em 2009 pelo PMI (Project Management Institute).
A pesquisa, realizada com 300 empresas brasileiras de diferentes portes e setores, aponta que 67% delas não realizam todos os projetos planejados. Para 76%, o fracasso dos projetos é causado por falhas na comunicação. 71% apontam prazos descumpridos como fator que também prejudica o trabalho e 70% culpam alterações no escopo.
Para Américo Pinto, coordenador do estudo, as dificuldades de comunicação não são um problema exclusivo das empresas brasileiras, mas do ser humano em geral. "A comunicação é algo visto como natural e, por isso, muitas pessoas acham que ela não precisa de planejamento. Mas uma falha na comunicação pode levar um projeto ao fracasso", avalia.
Ele considera que as empresas precisam compreender que não basta apenas comunicar. É preciso ter planos bem definidos e estratégias ligadas a "como", "quando" e "o quê" falar, pois o prejuízo pode ser alto.
De acordo com o estudo, 58% das companhias não têm departamento de gerenciamento de projetos, mas Américo Pinto considera que o investimento na área está aumentando. "Cada vez mais as empresas começam a perceber a importância deste negócio. Ou percebem porque perdem dinheiro ou porque perdem espaço para o concorrente", explica.
O responsável pelo estudo acredita ainda que qualquer pessoa pode ser gerente de projetos, mesmo sem formação para tal. O problema, para ele, é que o risco de fracasso se torna maior quando não há formação específica.
"Eu arrisco a fazer uma profecia. Num futuro muito próximo, gerenciar projetos é algo que vai ser exigido de qualquer profissional. Só que não dá pra fazer isso na base da intuição. Tem que ter profissionalismo", argumenta.