Negócios

5 pérolas do presidente da Foxconn

Brasileiros, funcionários e acionistas não escaparam das declarações desastradas de Terry Gou

Sede da Foxconn na China: a empresa teria intenções de ter fábricas no Brasil, onde as pessoas "assim que escutam “futebol” param de trabalhar”, segundo seu presidente (Arquivo/AFP)

Sede da Foxconn na China: a empresa teria intenções de ter fábricas no Brasil, onde as pessoas "assim que escutam “futebol” param de trabalhar”, segundo seu presidente (Arquivo/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 08h18.

São Paulo - O ambiente de trabalho da Foxconn é conhecido por não ser dos melhores. As condições de trabalho por lá são questionadas desde 2010 devido à onda de suicídios de jovens funcionários.  Agora, é a última declaração desastrada do presidente da empresa, Terry Gou, que vem chamando a atenção.

Gou comparou seus funcionários a animais, e disse que administrá-los lhe dava dor de cabeça. Essa, porém, não foi sua primeira ofensa – acionistas e brasileiros também já estiveram no alvo do líder da empresa de produção de displays, que monta os produtos da Apple e emprega cerca de um milhão de trabalhadores na China.

Veja algumas das declarações: 

“Gerenciar 1 milhão de animais me dá dores de cabeça"

A última pérola da Foxconn foi disparada pelo presidente da empresa na semana passada. Em um encontro com gerentes, o executivo afirmou: "A Foxconn tem uma força de trabalho de mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo. Seres humanos também são animais, e gerenciar 1 milhão de animais me dá dores de cabeça".

A empresa de tecnologia pediu desculpas a "quem se sente ofendido” pelos comentários do presidente e ressaltou que as observações de Gou foram tiradas do contexto pela mídia.

“Os brasileiros, assim que escutam “futebol” param de trabalhar”

A Foxconn está negociando a instalação de duas fábricas no Brasil – e poderia até tornar-se parceira de Eike Batista. Mas ela não parece confiar tanto no país como o bilionário. Pelo menos no discurso. 

Antes das negociações, em entrevista ao Wall Street Journal em setembro de 2010, Gou destacou a China em relação a Brasil, Índia e Rússia - e não parou por aí. Gou afirmou que “os salários dos trabalhadores brasileiros são altos. Mas os brasileiros param de trabalhar assim que escutam “futebol”. E tem toda a dança. É uma loucura”. É, é uma loucura. 


“Cale a boca, se você tivesse 5.000 ações, poderia sentar-se na mesa grande comigo”

Em uma reunião com acionistas em Taipei, em 2009, Gou irritou-se com um acionista que o incomodou com suas perguntas – e não deixou barato. Gou perguntou quantas ações ele tinha e, quando ouviu a resposta: "cinco”, disse para ele se calar e acrescentou que, se o acionista tivesse 5.000 ações, poderia sentar-se na mesa grande com ele. 

“Um líder deve ter a coragem decisiva de ser um ditador em nome do bem comum”

Dentro da Foxconn, espera-se que os administradores leiam um documento chamado “citações de Gou”. Entre os “ensinamentos”, está a frase “Uma coisa importante em uma organização é a liderança, não a administração. Um líder deve ter a coragem decisiva de ser um ditador em nome do bem comum”. Apesar dessa postura, em reuniões, Gou encoraja discussões. Mas se alguém diz algo que ele considere idiota, a pessoa é convidada a ficar em pé, em posição de sentido. 

“Um ambiente severo é bom”

Na fábrica de Longhua, há piscinas de tamanho olímpico, lugares de fast food e uma livraria – que tem, entre seus itens, biografias de Gou. Uma delas possui várias pensatas do presidente da empresa, como “um ambiente severo é bom”, “pessoas famintas tem mentes especialmente limpas” e “um exército de mil pessoas é fácil de conseguir, um general é difícil de encontrar”.  Essa é uma das unidades em que ocorreram suicídios. 

Acompanhe tudo sobre:AppleEmpresasEmpresas americanasEmpresas chinesasempresas-de-tecnologiaFoxconnTecnologia da informação

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões