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5 empresas que já pediram uma mão ao governo contra os importados

De bens de consumo a matérias-primas, empresas instaladas no Brasil tentam evitar a queda nas vendas

Faber Castell pediu ao governo para investigar importação de lápis chineses (Alex Silva/SAÚDE)

Faber Castell pediu ao governo para investigar importação de lápis chineses (Alex Silva/SAÚDE)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2012 às 18h44.

São Paulo - Quando aumentam as importações de determinado produto e diminuem as vendas dos similares nacionais, acende o sinal amarelo no comando das empresas. Para muitas, é hora de pleitear medidas antidumping para estancar a perda de participação no mercado. 

O primeiro passo é protocolar um pedido de investigação no Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Depois de apurar informações dos dois lados, o governo decide se é o caso de impor sanções regulatórias, como a aplicação de taxas ou a imposição de preços mínimos para os produtos que vêm de fora. 

Em geral, é o que acontece quando empresas ou países comercializam mercadorias a valores visivelmente inferiores aos preços médios praticados no setor. A estratégia, nesse caso, é ganhar volume, conquistando consumidores em outras partes do mundo. 

Veja 5 grandes empresas que conseguiram uma mãozinha do governo brasileiro nos últimos anos: 

Black & Decker e Philips

Por um pedido da Black & Decker e da Philips do Brasil, dona da marca Walita, o governo começou a investigar a entrada dos ferros de passar de empresas chinesas. De 2001 a 2005, as importações de unidades do país asiático pularam de 47.000 para 3,1 milhão de unidades, um crescimento de 6.630%. No mesmo período, o preço dos ferros chineses caiu e chegou ao patamar de 3,17 dólares. Como as vendas da indústria doméstica também afundaram 14,5%, o governo decidiu que era a hora de agir. Desde a metade de 2007, vigora uma lei antidumping que sobretaxa todos os ferros importados da China em 4,82 dólares.

Faber Castell

No começo de 2009, o MDIC estabeleceu a cobrança de uma taxa de 201,4% sobre o preço do lápis grafite vindo da China. Para os lápis de cor, o acréscimo foi de 202,3%. Autora do pedido de investigação, a Faber Castell voltou à cena em agosto de 2011. A principal produtora de lápis brasileira alegava que os produtos importados de Taiwan, na verdade, não eram produzidos no país - estariam apenas driblando os custos de aplicação do direito de antidumping. Mais uma vez o parecer do governo foi positivo. Desde dezembro, as empresas taiwanesas foram proibidas de exportar lápis de cor e lápis grafite para o país.

Bic

As populares canetas esferográficas também não escaparam da investigação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Desta vez, o pedido foi da Bic. O governo chegou à conclusão que a China exportava as canetas ao Brasil por um valor 19 centavos de dólar mais barato que o “justo”. Com isso, o país garantia uma margem relativa de 475%. Desde 2010, as unidades vindas da China passaram a arcar com uma alíquota fixa de 14,52 dólares por cada quilo aportado no Brasil. 

Basf

Depois do averiguar um pedido da Basf, o governo determinou que empresas americanas do setor químico passassem a arcar com o pagamento de uma taxa extra sobre a comercialização do acrilato de butila, mais conhecido como acrilato. O material é usado para a produção de resinas acrílicas, dispersões e aditivos usados na indústria têxtil e na fabricação de tintas e ceras domésticas. Desde 2009, a empresa Dow, por exemplo, paga uma sobretaxa de 24 centavos de dólar por quilo de acrilato que chega em solo tupiniquim. Para a Rohm and Haas, esse valor é de 42 centavos por quilo.

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