São Paulo – Nesta semana, a Equatorial Energia anunciou a compra da Celpa (Centrais Elétricas do Pará) por um preço simbólico de 1 real. Não se trata, como parecer à primeira vista, de uma empresa adquirida praticamente de graça. Relativamente comum no mundo dos negócios, as empresas vendidas a preços simbólicos representam um grande desafio para o seu novo dono. Isto porque os ex-proprietários aceitam valores minúsculos pelo negócio, apenas para se livrar de companhias com grandes dívidas e sem perspectivas favoráveis no curto prazo. Renegociar essas dívidas, injetar dinheiro novo e promover uma forte reestruturação são, em geral, as obrigações que esperam os novos donos de companhias compradas. Clique nas fotos e veja alguns exemplos brasileiros.
O caso mais recente, claro, é o da Celpa, vendida para a Equatorial Energia por apenas 1 real. Por esse preço, a empresa assumiu 65,18% do capital votante da Celpa, e 61,37% de seu capital total. O motivo da “pechincha” é conhecido. A Celpa está em recuperação judicial, e acumula uma dívida de 3,4 bilhões de reais. Além disso, estima-se que a companhia acumule impostos não pagos de 500 milhões de reais.
A empresa de private equity Arbeit tem, como lema, nunca comprar uma empresa por mais de 1 real. Uma exceção foi aberta em junho do ano passado, quando pagou a “fortuna” de 1 dólar (na época, algo como 1,8 real) pela Imbra, então maior rede de clínicas odontológicas do país. Estima-se que, na época, a empresa acumulasse dívidas de 140 milhões de dólares. Neste caso, o barato saiu caro. Em setembro do ano passado, as clínicas da Imbra foram fechadas por motivos que iam do atraso na conta de luz até o não pagamento dos salários. Em outubro, já inativa, a empresa teve a falência decretada.
O Hopi Hari, um dos maiores parques de diversão do país, é outro exemplo de negócio fechado por uma “ninharia”. Em setembro de 2009, cansados de acumular dívidas, os antigos donos, tendo à frente fundos de pensão como a Previ, Funcef, Petros e GP Investimentos, decidiram vendê-lo à Íntegra Consultoria. O preço acertado foi de 1 centavo de real para cada lote de mil ações. Na prática, a Funcef, por exemplo, recebeu pouco mais de 6 reais por uma fatia de 11% do parque. Estima-se que o negócio, como um todo, tenha saído por cerca de 50 reais para a Íntegra. Na época, as dívidas do Hopi Hari eram de, pelo menos, 500 milhões de reais.
Comparado aos negócios anteriores, a venda da Daslu para o fundo de investimento Laep foi um negócio de cifras "astronômicas". Na prática, em fevereiro do ano passado, a Laep pagou simbolicamente 1.000 reais por todas as lojas da marca. Junto com a “pechincha”, vinha uma dívida de, pelo menos, 80 milhões de reais, além de impostos atrasados estimados em 500 milhões de reais. Na assembleia de credores que aprovou a venda – a Daslu estava em recuperação judicial -, ficou acertado que a Laep injetaria 21 milhões de reais para reanimar a empresa.
Outra empresa adquirida por um valor simbólico foi a fabricante de bebidas Milani, conhecida pelos mais velhos por sua groselha. Em 2004, a Arbeit a comprou do grupo holandês Wessanen, com uma dívida de 25 milhões de reais. O negócio, porém, não andou como o planejado. Mesmo após capitalizar a empresa, reformar a fábrica e trocar o seu comando, a Milani não conseguiu enfrentar a concorrência de gigantes do setor, como a Del Valle e a Suco Mais. O resultado foi a paralisação das atividades, em janeiro de 2010.
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