Negócios

5 campos minados da Petrobras no exterior

Líbia, Bolívia e até Irã – conheça os lugares onde a Petrobras encontrou problemas

Petrobras: no exterior, companhia mantém relação com aproximadamente 30 países (Divulgação/Petrobras)

Petrobras: no exterior, companhia mantém relação com aproximadamente 30 países (Divulgação/Petrobras)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 06h12.

São Paulo – A Petrobras vive atualmente um grande embaraço com os conflitos na Líbia. Na região, a estatal possui quatro blocos exploratórios, que estão parados desde o início da crise para derrubar Muammar Kadafi do poder.

Apesar de acompanhar de perto a situação na região, a empresa chegou a afirmar que ainda é cedo para falar de seu futuro no país. A verdade é que nem mesmo a própria Petrobras sabe o que pode acontecer com suas operações por lá.

Um líder da revolução disse, a agências internacionais, que poderia haver alguma discordância com a renovação de contratos de petrolíferas chinesas, russas e brasileiras.

Mas esta não é a primeira vez que a Petrobras enfrenta problemas no exterior. Com uma vasta operação internacional, a Petrobras já encontrou outros desafios no mercado externo, no qual mantém cerca de 30 operações em diferentes países.

Veja, a seguir, cinco lugares que já deram muita dor de cabeça à estatal:

1 - Bolívia

Em 2006, quando Evo Morales assumiu a presidência da Bolívia, o governo decidiu nacionalizar a exploração de petróleo e gás do país. A Petrobras, que atuava havia mais de dez anos no país e já tinha investido cerca de 1,5 bilhão de dólares, se viu em um impasse: entregar os dois principais campos de gás ao exército boliviano ou continuar explorando a região, mas pagando impostos altíssimos ao governo.

A estatal decidiu engolir o sapo em prol da boa relação entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Morales, e manteve suas operações na região. Os contratos da companhia com o governo boliviano vencem em 2019 e nada mais foi falado sobre ao assunto.


Recentemente, a companhia comprou 30% de um terceiro campo de exploração de gás, o que sinaliza que os negócios não são tão ruins assim,  mesmo tendo de pagar ao governo 82% de impostos sob o gás explorado.

2 – Equador

Ainda na América do Sul, a Petrobras também enfrentou problemas políticos com o governo do Equador. No final do ano passado, a estatal deixou de operar na região porque não conseguiu chegar a um acordo.

O governo equatoriano queria transformar o contrato de concessão em contrato de prestação de serviços. A companhia brasileira não aceitou a condição, alegando que era uma empresa de petróleo e não prestadora de serviço.

Além disso, o novo acordo propunha que a petrolífera recebesse pagamento pela extração de petróleo, mas a produção seria totalmente detida pelo poder público. Atualmente, a Petrobras, no Equador, é sócia apenas de um oleoduto.

3 – Japão

Saindo do continente sul-americano e indo para o asiático, no Japão, os problemas da Petrobras não são políticos e sim naturais, o que é muito mais difícil de serem controlados.

Apesar de o último terremoto seguido de tsunami, em março deste ano,  não ter atingido as operações da companhia na região, apenas o escritório de negócios, em Tóquio, a estatal vive em constante alerta com os desastres naturais muito comuns no Japão.

4 – Irã

A Petrobras possui um único escritório de representação comercial no Irã e isso já foi motivo para azedar a relação da estatal com os Estados Unidos.


A relação da estatal com o Irã já chegou a causar certo desconforto, porque os Estados Unidos possuem leis que dificultam os negócios entre companhias que mantêm relações com o país iraniano acima do limite.

No entanto, a Petrobras manteve-se firme e não rompeu nenhuma relação para agradar os americanos.

5 – Líbia

O problema mais recente enfrentado pela Petrobras no exterior tem a ver com suas operações na Líbia. O futuro político do país ainda é incerto, embora, haja grande chance de o atual líder, Muammar Kadafi, ser derrotado por forças rebeldes.

Há seis meses, os quatro blocos de exploração da companhia estão paralisados e não existe ainda nenhuma previsão de quando a empresa vai voltar a operar na região.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoGás e combustíveisIndústria do petróleoPolíticaIndústrias em geralÁfricaIndústriaLíbiaNegociações

Mais de Negócios

Indústria brasileira mais que dobra uso de inteligência artificial em dois anos

MIT revela como empreendedores estão usando IA para acelerar startups

Um dos cientistas de IA mais brilhantes do mundo escolheu abandonar os EUA para viver na China

Investimentos globais em IA devem atingir 1,5 trilhão de dólares em 2025, projeta Gartner