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48% das empresas esperam o fim do impeachment para investir

Dado foi levantado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) junto a 155 diretores financeiros


	Dilma: para 67% dos CFOs, onda de otimismo recente é pontual e significa um voto de confiança no governo interino
 (Reuters/Ueslei Marcelino)

Dilma: para 67% dos CFOs, onda de otimismo recente é pontual e significa um voto de confiança no governo interino (Reuters/Ueslei Marcelino)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 26 de agosto de 2016 às 14h08.

São Paulo - Os diretores financeiros das empresas estão aguardando o término do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff para investir e tomar decisões estratégicas.

Essa é a análise de 48% dos executivos da área, ouvidos pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), durante o evento CFO Fórum, na última terça-feira (23), em São Paulo.

Foram entrevistados 155 profissionais. Uma parcela de 35% deles disse que a indefinição do cenário político não impacta os investimentos das companhias em que atuam e outros 17% preferiram não opinar.

Para 67% dos que participaram da enquete, a onda de otimismo vista recentemente em alguns setores ainda é pontual e representa um voto de confiança do mercado no governo de transição.

Na opinião deles, não há bases concretas para uma virada da economia, que ainda depende de reformas.

Uma fatia de 24%, porém, enxerga uma retomada consistente dos indicadores macroeconômicos e acredita na nova agenda de ajustes de Temer. Outros 6% disseram que não veem otimismo.

Já quando questionados sobre um possível cenário para 2017, a grande maioria dos diretores financeiros acredita que haverá uma retomada do crescimento e que os índices de produção e consumo devem melhorar.

Um grupo menor, de 22%, acha que a incerteza vai persistir e que a crise vai se agravar no próximo ano.

De quem é a culpa?

A maior parte (83%) dos executivos considera que o ajuste nas contas públicas deve ser uma grande prioridade para a agenda macroeconômica. A reforma trabalhista, o maior diálogo entre os setores público e privado e a reforma da previdência aparecem na sequência, com 6%, 5% e 2% das citações, respectivamente.

Enquanto 65% atribuem a causa da crise à incerteza política decorrente dos escândalos de corrupção e dos conflitos no governo, 32% acham que a culpa é do fator econômico, principalmente do quesito fiscal.

Só 2% dos ouvidos acreditam que a influência externa e a desaceleração de grandes economias globais são responsáveis pela recessão no país.

Preocupações

Entre os fatores macroeconômicos que mais preocupam os diretores financeiros, foram citados principalmente a queda do consumo (39%), a possibilidade de aumento dos impostos (17%), a inadimplência alta (14%), a volatilidade do câmbio (13%) e o crédito escasso (5%).

Dentro das companhias, o que mais tira o sono dos executivos é a busca por eficiência e otimização de processos, citada por 56%, seguida pelo corte de gastos (24%), a gestão do risco financeiro (9%) e a busca por crédito (6%).

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