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4 temas abordados na conferência da Berkshire Hathaway

Mais de 30 mil acionistas estiveram presentes no evento e acompanharam a apresentação de Buffett

Berkshire Hathaway: mais de 30 mil sócios compareceram na conferência anual (Daniel Acker/Bloomberg)

Berkshire Hathaway: mais de 30 mil sócios compareceram na conferência anual (Daniel Acker/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de maio de 2017 às 19h07.

Omaha, EUA - O conglomerado norte-americano  do bilionário e megainvestidor Warren Buffett, realizou neste sábado sua conferência anual de acionistas. O encontro ocorreu em Omaha, no Estado de Nebraska, EUA, onde é localizada a sede da empresa, que possui mais de US$ 90 bilhões disponíveis para investimento, de acordo com o próprio investidor.

Mais de 30 mil acionistas estiveram presentes no evento e acompanharam a apresentação de Buffett. O bilionário abordou temas relevantes em relação ao negócio, como transparência, apetite por novas aquisições e até mesmo a sucessão para o cargo de CEO.

Conduta nas empresas

Para Buffett, melhor do que impor regras rígidas e extensas a seus funcionários é exigir deles um alto nível de profissionalismo, passando para eles a responsabilidade de fazer o correto. O principal objetivo do bilionário é proteger a reputação da companhia, evitando comportamentos questionáveis. "Acreditamos muito mais em princípios de comportamento do que inúmeras regras", explicou. Apesar disso, disse, o conglomerado pode ocasionalmente ter problemas, já que conta com 367 mil funcionários.

Como de costume, Buffett não fugiu de assuntos delicados e afirmou que o Wells Fargo, banco cujo maior acionista é a Berkshire Hathaway, cometeu um grande erro ao não responder prontamente ao escândalo da abertura de contas falsas, exposto em setembro de 2016. Em sua avaliação, o banco deveria ter trabalhado e feito mais para corrigir o problema assim que ele foi identificado.

Na ocasião, o Wells Fargo anunciou que seus funcionários abriram mais de 2 milhões de contas sem autorização dos clientes, com o objetivo de bater metas "irreais". Apesar do escândalo, Buffett disse que continua acreditando na perspectiva de longo prazo do banco.

Investimentos

Com volume expressivo de capital disponível para investimento, Buffett afirmou que continua atento a oportunidades de grandes aquisições. O investidor explicou que gosta de "ter em mãos" entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões, para o caso de alguma "emergência". Esse é o motivo de a empresa não distribuir dividendos ou raramente fazer a recompra de ações.

Tecnologia

Conhecido por sua sinceridade e clareza quando fala, Buffet e seu sócio Charlie Munger, número dois do conglomerado, reconheceram que erraram ao não investir no Google anos atrás. Ainda assim, ambos se mostraram orgulhosos da companhia que criaram a partir de aquisições e acreditam que a Berkshire Hathaway continuará a ter sucesso por muitos anos. "Numa retrospectiva, acredito que éramos espertos o bastante para perceber o Google, mas não fomos", disse Munger.

A estratégia dos investidores fez com que evitassem investimentos no setor de tecnologia, considerado por eles um dos mais difíceis para acertar as apostas. Atualmente, a Berkshire possui cerca de 133 milhões de ações da Apple, porém se desfez de cerca de um terço das 81 milhões de ações que detinha na IBM. "Esse investimento não performou como esperávamos", explicou Buffett.

Sucessão

"Precisamos de um CEO que tenha mentalidade certa para o dinheiro", explicou Buffett, de 86 anos, sobre os planos do conglomerado para sua sucessão. De acordo com ele, o próximo líder da Berkshire deverá ser um talento capaz de investir sabiamente o capital gerado pela firma.

O plano da empresa é nomear um de seus atuais gerentes para o cargo atualmente ocupado por Buffett, e descentralizar a estrutura da companhia, para permitir que as subsidiárias sejam capazes de avançar por contra própria. "Temos um grupo extraordinários de gerentes", comentou o bilionário. Fonte: Associated Press.

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