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3 sinais de que a Lego gosta do Brasil, mas ainda prefere a Ásia

Fabricante das famosas pecinhas para montar cresce 25% ao ano no Brasil – mas e daí?

Brinquedo Lego: abertura da loja da Lego no Brasil em 2010 faz parte do foco no país (Divulgação)

Brinquedo Lego: abertura da loja da Lego no Brasil em 2010 faz parte do foco no país (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2012 às 09h47.

São Paulo- Há mais de meia década, a Lego cresce 25% ao ano no Brasil, sendo o destaque na América Latina. Para muitas empresas, um desempenho desses colocaria o país no topo de suas prioridades. É claro que a tradicional fabricante de peças para montar gosta do resultado, mas não a ponto de fazer seu coração bater mais forte pelos brasileiros. Ainda não somos, assim, uma Ásia. E as atitudes da empresa mostram isso.

Grupinho dos dez mais

Nos próximos três anos, a Lego pretende continuar a crescer nos mercados “antigos”, como América do Norte e Europa enquanto foca nos mercados em crescimento, “especialmente nas economias crescentes na Ásia”, segundo Jan Christensen, diretor de comunicação da Lego na Dinamarca. Nem sinal de Brasil, ou de América Latina. 

25% a mais por ano 

Desde 2005, o crescimento médio da receita da Lego no Brasil é de 25%. “Isso implica ganho de market share, e não se limita a isso, significa o desenvolvimento da marca no mercado”, disse Robério Esteves, porta-voz da Lego no Brasil. O número, no entanto, não é o suficiente para colocar o país entre os mercados mais importantes para a Lego no mundo - o crescimento do faturamento mundial foi de 36% entre 2009 e 2010 – quando a operação mundial faturou 3 bilhões de dólares. 

A Lego não mostra qual é o crescimento de suas vendas nos países asiáticos. Mas sua participação de mercado dá indícios. Em 2010, a Lego ocupou o segundo lugar no mercado de brinquedos de Taiwan enquanto no restante do mundo a marca ocupa a quarta posição. 

O crescimento nos mercados asiáticos continua, de acordo com o relatório de resultados de 2010 da empresa. “O crescimento também inclui o Japão, que atingiu um crescimento de dois dígitos em 2010 apesar da recente crise financeira”, segundo o relatório.

Loja própria e coleções completas

O Brasil está no foco da Lego, segundo Esteves, mas ainda não figura entre os dez países mais importantes. A abertura da loja da Lego no Brasil em 2010 faz parte do foco no país, segundo o executivo. A ideia era que ela fosse uma referência para o mercado em sortimento e merchandisings. Nessa loja, localizada em um shopping de alto padrão em São Paulo, o ticket médio de venda varia entre 150 reais e 200 reais - o ticket médio de venda no mercado vai de 70 reais a 100 reais.


Há sete ou oito anos, por exemplo, a Lego não trazia para o Brasil todos os brinquedos que chegavam nos Estados Unidos e na Europa. Hoje todos os produtos desembarcam por aqui, segundo Esteves – e a Lego comercializa cerca de 300 itens e renova, aproximadamente, 80% da sua linha de produtos por ano.

Não há planos de produzir o brinquedo no Brasil, tampouco de abrir uma unidade do parque Legoland por aqui. Atualmente, as peças são importadas da Dinamarca – um possível plano no futuro é importar os brinquedos da fábrica do México, o que baratearia a cadeia. 

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