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2012 é o ano para a Hypermarcas entregar resultados – e não repetir 2011

Nesse ano, empresa perdeu valor, vendeu ativos e manteve dividiu sua operação em duas frentes

Produtos da Hypermarcas: a empresa, que já esteve perto de ser a “Unilever Brasileira”, hoje está mais próxima da Pfizer, segundo Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal (Lia Lubambo)

Produtos da Hypermarcas: a empresa, que já esteve perto de ser a “Unilever Brasileira”, hoje está mais próxima da Pfizer, segundo Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal (Lia Lubambo)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2011 às 08h07.

São Paulo – Em 2011, a Hypermarcas deu um passo para trás em suas aquisições. Não, a empresa não parou de comprar, mas se desfez de alguns ativos a fim de manter o foco do seu negócio em medicamentos e produtos de higiene e beleza. Agora, o mercado quer ver resultados.

“A companhia não tem mais espaço para repetir os erros de 2011”, segundo relatório do Banco Fator assinado pelos analistas Iago Whately e Gabriel De Gaetano. Nesse ano, o valor da Hypermarcas caiu pela metade. A empresa apresentou resultados difíceis nos três primeiros trimestres - no terceiro, por exemplo, ela registrou prejuízo de 190,5 milhões de reais, revertendo lucro líquido de 78 milhões de reais do mesmo período de 2010. “Precisamos ver o resultado desse ano completo. Se vão entregar (bons resultados) agora”, disse Francisco Chevez, analista do HSBC.

A empresa, que já esteve perto de ser a “Unilever Brasileira”, hoje está mais próxima da Pfizer, segundo Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal. A companhia passou o ano de 2010 comprando marcas de sabonetes, medicamentos, fraldas e outros produtos de higiene e beleza e se desfez de alguns ativos como a Etti, de alimentos. 

Nos últimos três anos, a Hypermarcas comprou mais de 20 empresas. “Talvez a administração tenha sido muito otimista sobre o que poderia fazer com essas empresas no curto prazo”, disse Chevez. A própria empresa reconhece que, em 2011, a integração das forças de vendas foi mais desafiadora que o previsto. Ativos como a Etti, de alimentos, e Assim, Gato, Fluss, Sanifleur e Mat Inset, de higiene e limpeza, foram vendidas. 

A Hypermarcas também destacou como ponto negativo do ano a demora para implementar sua nova política comercial. No início deste ano, a empresa aumentou os preços e reduziu os prazos de pagamento para os atacadistas. A nova política comercial afetou os resultados do segundo e terceiro trimestres, e também a fez rever a projeção de lucro operacional para 2011, que foi reduzida de 1 bilhão de reais para 700 milhões de reais. Para 2012, a estimativa está em 850 milhões de reais.

A Hypermarcas ainda é muito diversificada, na opinião de Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal. “A empresa não tem DNA hoje. É um conjunto de empresas”, disse. Mas 2011 também foi o ano em que ela dividiu sua operação em duas unidades distintas de negócios: uma do ramo farmacêutico, a outra voltada para consumo.

Sobreviver

Em um ambiente de desaceleração da economia e retração do crédito corporativo, a empresa teria dificuldade para sustentar seu elevado patamar de alavancagem financeira e acompanhar a agressividade da concorrência, segundo o relatório do Banco Fator. Por isso, os analistas veem como positiva a venda de ativos como a Etti.

A empresa tem no horizonte um futuro sólido, segundo Chevez, mas para isso “tem que sobreviver agora”, disse. Um ponto positivo para a empresa na visão do analista são as marcas fortes e produtos líderes que estão no seu portfólio. Para o Banco Fator, o desempenho da Hypermarcas no próximo ano poderá ser impulsionado pela expansão da renda no Brasil, venda de ativos no segmento de limpeza e alimentos e alavancagem financeira.

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