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1. Edson de Godoy Bueno
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1/11 (Germano Lüders/EXAME)
Em março, a lista de multimilionários da Forbes apontava uma fortuna de 2,2 bilhões de dólares na conta bancária de Edson Bueno. Mas o fundador da Amil acaba de engordá-la com a venda do controle da sua operadora de saúde, a
Amil. Pela parcela que pertencia ao empresário e à sua ex-mulher, a americana United Health pagou 6,5 bilhões de reais. Por trás das transações de nove dígitos, está a trajetória de um empresário que repetiu quatro vezes a quarta série do primário. Com mãe dona de casa e padrasto caminhoneiro, Bueno chegou a trabalhar como engraxate quando criança na cidade de Guarantã, interior paulista. Ele costuma repetir que a virada veio com uma pancada na cabeça, enquanto brincava em um armazém. Atendido pelo único médico da cidade, decidiu que seguiria a mesma carreira. Com o tempo, virou dono de uma pequena (e deficitária) casa de saúde em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Com tino para os negócios, Bueno saiu do vermelho atraindo clientes com diferenciais como lanche e transporte grátis. O empresário amealhou outras clínicas até decidir criar a Amil. Hoje, a empresa é a maior operadora de planos de saúde do país.
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2. Antônio Luiz Seabra
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2/11 (Divulgação)
Formado em economia, Antônio Luiz Seabra começou a trabalhar com 15 anos na Remington Rand , fabricante de máquinas de escrever e calculadoras. Depois de gerenciar um pequeno laboratório de cosméticos em São Paulo, decidiu investir tudo no segmento. Literalmente. Instalada na rua Oscar Freire quando a rua contava apenas com um tintureiro no comércio local, a
Natura nasceu em 1969 com o capital de um Fusca. Por trás do balcão, Seabra notou que o aconselhamento a cada um dos interessados era o que levava o negócio para frente. O atendimento personalizado virou modelo de negócio: a Natura adotou o canal de vendas diretas para crescer e se tornou a maior empresa do setor. As primeiras consultoras eram clientes treinadas segundo o bê-á-bá de Seabra. Hoje, elas somam um exército de 1,2 milhão de pessoas no Brasil e outras 280.000 no exterior. A fortuna de Seabra, por sua vez, chegou aos 2,9 bilhões de dólares, segundo a Forbes.
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3. André Esteves
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3/11 (Julio Bittencourt)
Nascido na Tijuca, bairro de classe média da Zona Norte do Rio de Janeiro, André Esteves começou sua carreira no banco
Pactual como estagiário, em 1989. No primeiro dia de emprego, teve o carro roubado. Ficou com a dívida do financiamento do Gol enquanto ainda tinha que se dividir entre o banco e as aulas do curso de análise de sistemas na UFRJ. Sua sorte seria mudada pouco tempo depois. Contratado como analista de sistemas, ele subiu na empresa depois de criar um programa que atualizava os preços e saldos da Bolsa - até então, o modelo que existia na instituição não era exatamente imune a falhas. Reconhecido pelo trabalho, foi transferido da área administrativa para a de negócios. Alguns anos depois tornou-se sócio minoritário do banco, galgou degraus rumo ao controle de instituição e orquestrou a recompra do Pactual depois do banco ter sido vendido ao suíço UBS (nesse meio tempo, o empresário criou o BTG por aqui). Neste ano, a companhia foi à bolsa de valores. Com os recursos arrecadados no IPO - o 7º maior do Brasil -, estima-se que a fortuna pessoal de Esteves já bata na casa dos 5 bilhões de dólares.
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4. Alberto Saraiva
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4/11 (EXAME)
A história da maior rede de fast food árabe do mundo começou na administração de uma padaria. Criado na Zona Leste paulistana, Alberto Saraiva estudava medicina na Santa Casa quando seu pai foi morto em um assalto, em 1973. Mais velho entre os três filhos, coube a ele a tarefa de tocar a padaria recém-aberta pela família, quando tinha apenas 19 anos. Para alavancar o negócio, ele criou uma série de promoções do tipo "leve mais pagando menos". As vendas decolaram e ele decidiu passar a padaria para frente, embolsando 40.000 dólares. Mais tarde, Saraiva se associou ao empresário Sergio Della Croce na fundação do primeiro
Habib's, em 88. A tônica do preço baixo foi mantida e o empresário, que comprou a participação do sócio depois, viu a rede se multiplicar rapidamente. Hoje são mais de 400 unidades no país, com faturamento de 2 bilhões de reais previsto para 2012.
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5. Lírio Parisotto
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5/11 (Germano Lüders/EXAME.com)
Filho de agricultores simples, Lírio Parisotto cresceu com os nove irmãos em Nova Bassano, no Rio Grande do Sul. Na infância, trabalhou na lavoura. Mais velho, passou sete anos em um seminário. Deixou os padres para se formou em medicina, em Caxias de Sul. Mas sua grande tacada como empreendedor não teve nada a ver com os passos trilhados até aí. Em 1988, ele criou a Videolar, primeira fábrica brasileira de gravação com o tempo exato de reprodução do conteúdo. Parisotto surfou na expansão das fitas cassetes, dos VHS e DVDs. Depois de se afastar do dia-a-dia do negócio, passou a se dedicar ao mercado de ações, com o qual já tinha flertado antes da bonança (aos 18 anos, Parisotto vendera um Fusca para investir em ações, perdendo tudo pouco tempo depois). Considerado um dos maiores investidores individuais da Bovespa, o empresário atravessou momentos de crise, perdeu muito dinheiro, mas ganhou mais ainda. Neste ano, ele fez sua estreia na lista de bilionários da Forbes, com uma fortuna estimada em 2,1 bilhões de dólares.
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6. Guilherme Paulus
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6/11 (Lia Lubambo / EXAME)
A criação da maior operadora de turismo do país deve-se, em parte, à (elogiada) atuação de Guilherme Paulus como animador de cruzeiros. Funcionário de uma agência de viagens, ele foi designado para acompanhar um grupo brasileiro em um navio francês, aos 23 anos. Inventando gincanas, bingos e concursos, o jovem impressionou os passageiros - e mais particularmente Carlos Vicente Cerchiari, então deputado estadual. Cerchiari o convidou para abrir uma agência que levaria suas iniciais em Santo André, São Paulo. Diante da oferta de um terço da sociedade, Paulus topou a empreitada. Nascia a
CVC. O empresário ganhou o restante da agência depois da criação do depósito compulsório, que minou o negócio de viagens para o exterior. Paulus mudou o foco para a classe média - fez fama com os trabalhadores de fábricas do ABC Paulista e com seus pacotes fechados com o aluguel de ônibus. O turismo econômico deu certo. Em 2009, o empresário vendeu 64% da empresa ao fundo Carlyle, por 700 milhões de reais. Hoje, Paulus toca a GJP Hotéis & Resorts, que anunciou recentemente um plano de investimento de mais de 1 bilhão de reais para marcar presença em todas as capitais brasileiras até 2014.
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7. Chaim Zaher
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7/11
Nascido em Beirute, no Líbano, Chaim Zaher veio menino para o país, onde ajudava o pai no trabalho de mascate. Bedel de uma pequeno colégio em Araçatuba, em São Paulo, ele tinha como sonho ter uma franquia da rede de ensino pré-vestibular Objetivo na década de 70. Depois de tentativas frustradas de marcar um encontro de negócios, Zaher chegou a dormir no banheiro da escola para, no dia seguinte, abordar o responsável pela operação em Araçatuba. A persistência surtiu efeito. Depois de administrar franquias do Objetivo no interior, Zaher decidiu comprar o pré-vestibular Curso Oswaldo Cruz (COC) de um grupo de estudantes de medicina. A partir daí, a rede investiu em aquisições e ganhou musculatura, despertando o interesse de players internacionais. Por 880 milhões de reais, Zaher vendeu o negócio mais rentável do grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro) para os ingleses da Pearson, donos do Financial Times e da The Economist, em 2010. Sem os sistemas de ensino das marcas COC, Dom Bosco, Pueri Domus e Name, além da divisão de material didático e editora, o empresário decidiu recomeçar o negócio do SEB com as escolas físicas, investindo boa parte da bolada recebida na transação. Em dois anos, o negócio cresceu e passou a entregar um faturamento de 500 milhões de reais, ultrapassando o tamanho que tinha quando ainda contava com os ativos vendidos à Pearson.
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8. Laércio Cosentino
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8/11 (Germano Luders / EXAME)
Dono da empresa de softwares Totvs, Laércio Cosentino também deu seus primeiros passos como estagiário, nos anos 70. Tudo começou na Siga, birô de serviços de processamento. Depois de se tornar diretor com apenas 22 anos, Laércio percebeu que os computadores individuais passariam a fazer parte da vida das pessoas. Propôs então a criação de uma nova empresa que vendesse softwares a pequenas empresas, em 83. Vendeu a ideia ao patrão e tornou-se sócio da Microsiga. Em 89 as duas empresas viraram uma só. E a companhia partiu para um agressivo plano de expansão com franquias. A entrada de um fundo de investimento e a abertura de capital na bolsa viriam mais tarde, turbinando o caixa da companhia para que a já rebatizada
Totvs fosse às compras. Em 2011, a receita líquida da Totvs bateu em 1,07 bilhão de reais.
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9. Walter Torre Júnior
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9/11 (Claudio Rossi/EXAME.com)
As casas de praia no litoral de São Paulo foram a primeira investida do jovem Walter Torre Júnior, recém-formado em engenharia civil. Mas depois de perceber que o ramo não prometia grandes retornos, ele resolveu apostar em uma área que ainda engatinhava em 1981: o aluguel de galpões para armazenagem. Sem dinheiro para o escritório próprio, o paulista comprou (e dirigiu) um ônibus velho que serviu a esse propósito. A rotina durou três anos. Mas oferecendo a adaptação dos espaços às necessidades de cada cliente, os dias de nômade ficaram para trás. Diversificando as atividades, sua empresa, a
WTorre, passou a atuar em empreendimentos de infraestrutura, além de obras empresariais e residenciais. Atualmente a companhia é responsável pela reforma do antigo Palestra Itália, estádio do Palmeiras, em um investimento de 400 milhões de reais. Em setembro do ano passado, a WTorre Properties, divisão que gere imóveis comerciais, foi comprada pela BR Properties em um negócio estimado em 2 bilhões de reais.
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10. Daniel Mendez
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10/11 (Germano Lüders/EXAME.com)
Uruguaio, Daniel Mendez veio pequeno para o Brasil. Seguiu a trajetória que é comum a muitos empreendedores: o trabalho desde cedo, para pagar os estudos. Seu maior bico foi como garçom em um pequeno restaurante montado pelo pai. Depois de terminar o curso de administração, foi contratado pela gaúcha Puras, especializada em refeições coletivas. Surgiu daí a inspiração para montar o negócio próprio. O capital veio da venda de um Gol GTi, que lhe rendeu 10.000 dólares. Com o dinheiro, Mendez montou o primeiro restaurante da Sapore em 1992, no interior de São Paulo. Hoje, a empresa fornece refeições coletivas a clientes de peso como Fiat, Ambev, Rede Globo e Vale, somando mais de 1.100 restaurantes no país. Um de seus trunfos foi introduzir o conceito de praça de alimentação nas empresas, além da presença de nutricionistas e do esmero na apresentação dos pratos. No ano passado, a companhia faturou 1 bilhão de reais.
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11. Veja agora quem são os mais ricos do país
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11/11 (Exame)