Zimbábue: O surto começou nos subúrbios, onde um encanamento de esgoto vazou e estaria contaminando a água dos poços comunitários que abastecem os moradores (Kate Holt/Bloomberg News/Bloomberg)
EFE
Publicado em 11 de setembro de 2018 às 16h55.
Harare - O Zimbábue declarou nesta terça-feira emergência sanitária devido a um surto de cólera em sua capital, Harare, após a morte de 20 pessoas e o contágio de outras 2 mil em consequência do consumo de água contaminada, informou o ministro da Saúde do país, Obadiah Moyo.
"Não queremos mais mortes, declaramos o alerta para conter a cólera, a febre tifoide e tudo o que está acontecendo", disse Moyo aos veículos de imprensa após visitar um dos hospitais que estão cuidando de pacientes na capital.
O surto começou nos subúrbios de Glen View e Budiriro, onde, segundo funcionários do Conselho Municipal de Harare, o vazamento em um encanamento de esgoto estaria contaminando a água dos poços comunitários que abastecem os moradores.
Harare, assim como muitos povoados e cidades do país, não conta com água potável suficiente, o que obriga os habitantes a usar água de poços não protegidos.
A venda de carne e de frutos do mar nas áreas afetadas foi proibida, segundo as autoridades, e alguns colégios suspenderam suas aulas para evitar mais contágios, de acordo com o jornal local "The Chronicle".
O governo do Zimbábue também solicitou ajuda às Nações Unidas e a empresas privadas para que disponibilizem água potável para as regiões contaminadas.
Esta é a quarta vez nos últimos 15 anos que a cólera, uma doença tratável que causa vômitos e diarreia intensa, e que pode chegar a ser letal se não for tratada a tempo, afeta o Zimbábue.
Entre 2008 e 2009 foi registrada epidemia de cólera na história do país, com 4 mil mortos em nove meses, enquanto mais de 90 mil pessoas foram infectadas.