Harare, Zimbábue - O Governo do Zimbábue arrecadou US$ 72 milhões em seu primeiro leilão de diamantes, depois que o Sistema de Certificação do Processo de Kimberley, organismo internacional que regula o comércio das pedras preciosas, aprovou sua exportação do país.

Segundo o jornal do Governo "The Herald", ontem foram vendidos 900 mil dos 4,5 milhões de diamantes armazenados pelo Zimbábue, que procedem dos polêmicos campos de Chiadzwa, no leste do país, onde em 2008 os soldados realizaram uma sangrenta repressão que causou a morte de 200 mineradores.

Até agora, as duas empresas sul-africanas que exploravam os campos de Chiadzwa junto com o Governo do Zimbábue tiveram que acumular todas as pedras preciosas extraídas.

Na quarta-feira compradores procedentes de Índia, Rússia e Israel chegaram ao país.

Especialistas em diamantes afirmam que o Zimbábue tem o potencial de fornecer 25% da produção mundial de pedras preciosas.

No entanto, grupos de defesa dos direitos humanos são contra o fato de o Processo de Kimberley ter permitido a comercialização dos diamantes de Chiadzwa, já que "os soldados zimbabuanos seguem maltratando os mineradores e, além disso, participam do contrabando de pedras preciosas".

Por sua parte, o Governo de unidade do Zimbábue, um país que esteve imerso em uma profunda crise econômica durante a última década, afirma que o dinheiro obtido com a venda dos diamantes trará uma importante melhora.

"Calcula-se que a arrecadação pode chegar a US$ 1 bilhão por ano com os diamantes (dos campos de Chiadzwa), uma das melhores explorações do mundo, por isso o Governo do Zimbábue poderia aumentar seu orçamento em 50%", afirmou hoje o "Herald".

O primeiro-ministro do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, confirmou na quarta-feira que o ministro das Finanças e o de Minas do país estão estudando "como os fundos conseguidos através da venda de diamantes podem beneficiar todo o povo zimbabuano".

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