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Zelensky promete 'retaliações' por ataque russo à cidade de Odessa

A ofensiva à cidade matou duas pessoas e danificou uma catedral ortodoxa

A Catedral da Transfiguração, destruída após um ataque com mísseis, na cidade ucraniana de Odessa, em 23 de julho de 2023 (AFP/AFP)

A Catedral da Transfiguração, destruída após um ataque com mísseis, na cidade ucraniana de Odessa, em 23 de julho de 2023 (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 23 de julho de 2023 às 14h49.

Última atualização em 23 de julho de 2023 às 14h50.

A Ucrânia prometeu, neste domingo, 23, "retaliações" diante do ataque russo à cidade de Odessa, que matou duas pessoas e danificou a catedral ortodoxa, enquanto Vladimir Putin garantiu que a contraofensiva ucraniana "falhou".

O Ministério do Interior da Ucrânia relatou dois mortos e 22 feridos, incluindo quatro menores.

De acordo com as autoridade ucranianas, a Rússia lançou 19 mísseis por terra, mar e ar contra esta cidade do Mar Negro essencial para o trânsito marítimo na região. Nove desses projéteis foram abatidos.

Atiraram "mísseis contra cidades pacíficas, contra casas, contra uma catedral", disse o presidente Volodimir Zelensky. "Haverá retaliações contra os terroristas russos pelo que aconteceu em Odessa", prometeu.

Os mísseis atingiram a Catedral Ortodoxa da Transfiguração, construída no século XVIII no centro histórico de Odessa, sob proteção da Unesco.

Os padres conseguiram resgatar ícones dos escombros dentro do prédio danificado.

"Houve um ataque direto à catedral e três altares foram completamente danificados", disse o padre Miroslav, vice-reitor do templo. Segundo ele, o prédio está "muito danificado por dentro", e "apenas a torre sineira permaneceu intacta".

A Ucrânia descreveu o ataque como um "crime de guerra" e acrescentou que a catedral "foi destruída duas vezes, por Stalin e por Putin".

O templo foi demolido sob Stalin em 1936 e reconstruído na década de 1990, após a queda da União Soviética.

A Rússia, por sua vez, culpou as defesas aéreas de Kiev pelo que aconteceu na catedral e afirmou ter atingido todos os alvos definidos em Odessa.

No entanto, moradores de Odessa contam que os alvos eram prédios residenciais.

"Aqui o que temos são casas. Nada militar", disse à AFP Tetiana, dona de um salão de beleza.

Em uma carta endereçada ao patriarca russo Kirill e publicada nas redes sociais, o arcebispo Viktor, da diocese de Odessa, da Igreja Ortodoxa ucraniana, pediu no domingo para "cessar o derramamento de sangue".

A Unesco condenou "veementemente" os "brutais bombardeios" em Odessa e afirmou que eles "significam uma nova escalada de violência contra o patrimônio cultural da Ucrânia", denunciou Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, agência da ONU para cultura, educação e ciência.

Odessa tem sido repetidamente bombardeada desde que a Rússia se retirou, há uma semana, do acordo que permitia que grãos ucranianos fossem exportados através do Mar Negro.

A contraofensiva ucraniana "fracassou", diz Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin (D), cumprimenta seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, antes de uma reunião no Palácio Konstantinovsky, em São Petersburgo, em 23 de julho de 2023

O bombardeio ocorreu horas antes de uma reunião entre Putin e o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, em São Petersburgo.

A reunião entre os dois líderes ocorre pela primeira vez desde que Belarus atuou como mediadora para o fim da rebelião do grupo paramilitar Wagner na Rússia, há quatro semanas.

No início do encontro, no Palácio Konstantinovsky, o presidente russo afirmou que a contraofensiva ucraniana lançada no início de junho para tentar recuperar os terrenos invadidos por Moscou a sul e a leste "falhou".

Já Lukashenko atribuiu o incidente com o grupo paramilitar como o maior desafio ao poder de Putin, segundo muitos analistas, e reforçou que está controlando "o que está acontecendo", em menção à presença do grupo Wagner na fronteira com a Polônia.

"Eles pedem para ir para o oeste e me pedem permissão (...) para fazer uma viagem a Varsóvia, a Rzeszow", em território polonês, disse o bielorrusso a Putin, que respondeu com um sorriso. "Mas é claro que os mantenho no centro de Belarus, como combinamos", acrescentou.

Desde o acordo para o fim da rebelião em 24 de junho, os militares do grupo Wagner estão centralizados em Belarus.

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